Que orgulho!!! Devo louvar e admirar a vontade que nosso primo mais velho, o Sérgio, tem, em organizar o nosso encontro, que acontece a cada dois anos.
É um momento em que compartilhamos nossas histórias, festejamos a nossa existência.
Sem dúvida alguma, eu viajo ao passado, quando éramos 17 crianças educadas, de uma terceira geração da “Família Gargantini”.
Hoje, aos 70 anos, me emociono em rever meus primos e trinetos, lembrando de quem iniciou esta trajetória, o Vô Guilherme Gargantini(de quem herdei o nome), e a Vó Rosa.
Os agregados, como diz o Sérgio, nos ajudaram a gerar mais de 30 trinetos, que por sua vez já geraram a 6ª geração.
Não posso deixar de falar da satisfação dos agregados em participar desta festa, pois muitos nunca viram tanta alegria... minha mulher, Mônica, fica aguardando que chegue o grande dia!
E meus filhos, como minha filha Cássia, que me ligou no dia em que recebeu o convite e olhou o remetente, já gritou bem alto: “- Oba, vai ter festa dos Gargantini”!!!!
Devo lembrar que dos 17 que começaram esta saga da Festa dos Primos, quatro, infelizmente, já nos deixaram!
Estou publicando uma série de fotos para que vejam e sintam o calor, a paz e a harmonia que reinavam no dia 23 de outubro de 2010. Salve este dia, e, mais uma vez quero agradecer ao primo Sérgio pela oportunidade de voltar às nossas origens, sempre com muita saudade e emoção.
Um Viva! a todos vocês que participaram deste dia!!!
Não posso me esquecer das Tias Iracema e Isilinda, duas criaturas angelicais, que patrocinam estas festas com grande prazer lá do alto, do céu, aonde estão agora, junto com tantos outros queridos e queridas, da família.
Quero lembrar também que ainda temos duas tias maravilhosas, a Tia Lívia e a Tia Leta. Quanto à Tia Lívia, soube que, apesar dos seus quase 98 anos, está muito bem. Quanto à Tia Leta, liguei para ela no início da semana, ela já tinha notícias da festa e ficou muito feliz em saber que tudo foi muito bom. Um Viva! para as Tias!!!
Agradeço aos céus por toda a saga da Família Gargantini, e por meus primos existirem. Lembrem-se: quem escreve este texto é o primo Guiga – o saudoso!
domingo, 31 de outubro de 2010
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
PRIMAVERA
Hoje sei porquê gosto tanto do Verão e da Primavera... No Verão nasceram minhas duas princesas, e na Primavera, nasceu o meu príncipe!
Em 1969 eu estava planejando minha primeira viagem ao exterior, que foi adiada, porque minha bailarina estava esperando o “meu garoto”, que nasceu no dia 18 de setembro, às 6:30 h., em mais uma cesariana, nas mãos do obstetra de quem não canso de ser fã, o Dr. João Amorim. Ele tinha a sabedoria e um carinho como poucos...
Meu príncipe nasceu bem lourinho, com olhos azuis, e bem “grandão”, desde pequeno.
Quando foi para o berçário, recebi a visita de duas tias, irmãs de meu pai, a Tia Cema e a Tia Izilinda, que são idolatradas até hoje pelos seus sobrinhos, pois nossas festas ainda são patrocinadas por elas... mas isso é uma outra história...
Bem, eu levei-as ao berçário, e quando elas viram o meu príncipe, exclamaram para mim as palavras que levarei comigo para sempre: “- Neto(meu apelido), nasceu o Menino Jesus!!!!”
Aquelas palavras foram abençoadas, pois até hoje, ao chegar perto de seus 41 anos de idade, ele é um iluminado!
Meu príncipe também encerrou minha carreira de pai, pois a paixão que eu tinha e ainda tenho pelos três, me fez ter absoluta questão de dar-lhes todas as preferências, todo o carinho que eu podia demonstrar e acompanhar toda sua infância, de muito perto.
Por isso é que gosto muito do Verão e da Primavera, pois foi aí que meu “jardim” ficou completo, florido e cheio de amor!
Até hoje eu sou “saudoso”, pois no meu dia-a-dia só consigo encontrar paz nas lembranças do que estas três crianças me deram durante toda a minha vida.
No próximo episódio começarei a contar histórias sobre meus netos maravilhosos, que deram a este cansado “Guiga-o saudoso”, a continuidade de me ufanar das minhas crianças.
AMO VOCÊS!!!!
Em 1969 eu estava planejando minha primeira viagem ao exterior, que foi adiada, porque minha bailarina estava esperando o “meu garoto”, que nasceu no dia 18 de setembro, às 6:30 h., em mais uma cesariana, nas mãos do obstetra de quem não canso de ser fã, o Dr. João Amorim. Ele tinha a sabedoria e um carinho como poucos...
Meu príncipe nasceu bem lourinho, com olhos azuis, e bem “grandão”, desde pequeno.
Quando foi para o berçário, recebi a visita de duas tias, irmãs de meu pai, a Tia Cema e a Tia Izilinda, que são idolatradas até hoje pelos seus sobrinhos, pois nossas festas ainda são patrocinadas por elas... mas isso é uma outra história...
Bem, eu levei-as ao berçário, e quando elas viram o meu príncipe, exclamaram para mim as palavras que levarei comigo para sempre: “- Neto(meu apelido), nasceu o Menino Jesus!!!!”
Aquelas palavras foram abençoadas, pois até hoje, ao chegar perto de seus 41 anos de idade, ele é um iluminado!
Meu príncipe também encerrou minha carreira de pai, pois a paixão que eu tinha e ainda tenho pelos três, me fez ter absoluta questão de dar-lhes todas as preferências, todo o carinho que eu podia demonstrar e acompanhar toda sua infância, de muito perto.
Por isso é que gosto muito do Verão e da Primavera, pois foi aí que meu “jardim” ficou completo, florido e cheio de amor!
Até hoje eu sou “saudoso”, pois no meu dia-a-dia só consigo encontrar paz nas lembranças do que estas três crianças me deram durante toda a minha vida.
No próximo episódio começarei a contar histórias sobre meus netos maravilhosos, que deram a este cansado “Guiga-o saudoso”, a continuidade de me ufanar das minhas crianças.
AMO VOCÊS!!!!
SER PAI
Que dádiva, ainda não tinha 25 anos quando, em 13 de janeiro de 1965, fui premiado com duas adoráveis criaturas que até hoje me enchem de orgulho.
Minha dançarina ficou grávida e foi assistida pelo médico, Dr. João Amorim, um mestre, sem dúvida, o que nos tranqüilizava e nos dava segurança.
Na última semana da gravidez, como a mãe estava muito “grande”, ele sugeriu tirar uma radiografia, muito rápida, pois naquela época não existia a tomografia, ou coisas do gênero, e a radiografia representava um grande perigo para a mãe e as crianças...
Depois desta radiografia muito rápida, ele me disse:”- dois eu tenho certeza, mas não descarto a possibilidade de um terceiro...”. Eu quase “caí duro”, de preocupação, e hoje sei que foi de felicidade, pois foi marcada uma cesariana para o dia 13 de janeiro de 1965. Até chegar o dia, ficamos sem dormir, apreensivos e desasossegados.
Mas, enfim, o grande dia chegou, e eu não tive coragem de entrar na sala de parto... fiquei numa janela, olhando o que viria... Lembro ainda hoje a emoção que senti ao vê-lo retirar a primeira das minhas filhas, a “Gêmea A”, do meio dos lençóis azuis; em seguida, eis que surge a “Gêmea B”, eu já estava desfalecendo... E, ainda, ...ele fez mais uma tentativa, para finalmente dar o sinal de que havia acabado...
Cada uma delas foi embrulhada em um lençol azul e colocada numa cestinha.
Quando saíram das mãos da enfermeira da sala de parto, eu fui atrás e fiz questão de ajudá-la a limpá-las. Isso aconteceu no Hospital Pérola Byington, na Avenida Brigadeiro Luiz Antonio, em São Paulo. Nunca mais me esqueci deste dia, de tamanha felicidade!
O nome da “Gêmea A” foi escolhido pela mãe, que morava na Rua Santa Rita (rua da igreja de Santa Rita, da qual era devota), então ela foi batizada com o nome de Rita de Cássia; Já o nome da “Gêmea B” foi escolhido por mim, e ela foi batizada com o nome de Cristiane.
Eram gêmeas bivitelinas, ou seja, cada uma dentro de uma bolsa, por isso são chamadas de “gêmeas falsas”. Uma nasceu lourinha, com os olhos azuis, e a outra morena, com os olhos escuros.
Porém, não existiram no mundo “nenês” tão lindas, como as minhas! Toda vez que eu passeava com elas em meus braços, pela rua, o trânsito parava....
Deixo aqui minha homenagem ao Dr. João Amorim, e a minha declaração de amor eterno às minhas gêmeas, “A” e “B”, minhas paixões!!!!!
Minha dançarina ficou grávida e foi assistida pelo médico, Dr. João Amorim, um mestre, sem dúvida, o que nos tranqüilizava e nos dava segurança.
Na última semana da gravidez, como a mãe estava muito “grande”, ele sugeriu tirar uma radiografia, muito rápida, pois naquela época não existia a tomografia, ou coisas do gênero, e a radiografia representava um grande perigo para a mãe e as crianças...
Depois desta radiografia muito rápida, ele me disse:”- dois eu tenho certeza, mas não descarto a possibilidade de um terceiro...”. Eu quase “caí duro”, de preocupação, e hoje sei que foi de felicidade, pois foi marcada uma cesariana para o dia 13 de janeiro de 1965. Até chegar o dia, ficamos sem dormir, apreensivos e desasossegados.
Mas, enfim, o grande dia chegou, e eu não tive coragem de entrar na sala de parto... fiquei numa janela, olhando o que viria... Lembro ainda hoje a emoção que senti ao vê-lo retirar a primeira das minhas filhas, a “Gêmea A”, do meio dos lençóis azuis; em seguida, eis que surge a “Gêmea B”, eu já estava desfalecendo... E, ainda, ...ele fez mais uma tentativa, para finalmente dar o sinal de que havia acabado...
Cada uma delas foi embrulhada em um lençol azul e colocada numa cestinha.
Quando saíram das mãos da enfermeira da sala de parto, eu fui atrás e fiz questão de ajudá-la a limpá-las. Isso aconteceu no Hospital Pérola Byington, na Avenida Brigadeiro Luiz Antonio, em São Paulo. Nunca mais me esqueci deste dia, de tamanha felicidade!
O nome da “Gêmea A” foi escolhido pela mãe, que morava na Rua Santa Rita (rua da igreja de Santa Rita, da qual era devota), então ela foi batizada com o nome de Rita de Cássia; Já o nome da “Gêmea B” foi escolhido por mim, e ela foi batizada com o nome de Cristiane.
Eram gêmeas bivitelinas, ou seja, cada uma dentro de uma bolsa, por isso são chamadas de “gêmeas falsas”. Uma nasceu lourinha, com os olhos azuis, e a outra morena, com os olhos escuros.
Porém, não existiram no mundo “nenês” tão lindas, como as minhas! Toda vez que eu passeava com elas em meus braços, pela rua, o trânsito parava....
Deixo aqui minha homenagem ao Dr. João Amorim, e a minha declaração de amor eterno às minhas gêmeas, “A” e “B”, minhas paixões!!!!!
domingo, 11 de julho de 2010
TARDES DANÇANTES
Na minha juventude não existiam as tão faladas “baladas” de hoje. Existiam matinês dançantes, principalmente aos sábados e domingos. No sábado existia uma tarde dançante na União Cultural Brasil-Estados Unidos, na época na rua Santo Antonio, no Bexiga, e foi lá que conheci a mãe dos meus três filhos m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o-s.
Dançávamos ao som de boleros e blues, o que permitia conversar e, sem dúvida, “encoxar”. Aos domingos eram tardes dançantes no Club Homs, na Avenida Paulista, que existe até hoje, e também na Casa de Portugal, na Avenida da Liberdade – ainda está lá...
Eram grandes orquestras que nos embalavam, a mais famosa de que me lembro era do Silvio Mazzucca, e era um espetáculo.
Na época, sempre de terno e gravata, nós dançávamos e namorávamos, alguns bailes começavam às 16 h. e terminavam às 20 h., quando levávamos as damas para casa e namorávamos mais um pouquinho.
A Casa de Portugal começava às 18 h. e terminava às 22 h. Foi onde, apesar de tudo, conheci a melhor amante de minha vida, eu tinha 18 anos e ela, seguramente, mais de 30, e ela era encantadora...
Existia, também, na Avenida Ipiranga, quase esquina com a Casper Líbero, um bar-restaurante dançante, num porão muito grande, chamado Atlântico, que reunia todo mundo aos sábados, a partir das 20 h.
Estou escrevendo esta história porque São Paulo daquela época, mal tinha dois milhões de habitantes, e era uma tranqüilidade só. E hoje, quando vejo a metrópole como ela é, sinto realmente muito medo.
Casei com a minha dançarina, e com 24 anos já concebi duas filhas gêmeas. Maravilhosas! Sequer tinha 25 anos e me assombrei por ter duas filhas tão lindas, frutos das tardes dançantes.
Daí minha conclusão de que dançar faz bem a todos os hormônios, pois minhas gêmeas foram uma das maiores alegrias da minha vida. Obrigado a vocês, Gêmea A e Gêmea B, lindas e maravilhosas até hoje!
Dançávamos ao som de boleros e blues, o que permitia conversar e, sem dúvida, “encoxar”. Aos domingos eram tardes dançantes no Club Homs, na Avenida Paulista, que existe até hoje, e também na Casa de Portugal, na Avenida da Liberdade – ainda está lá...
Eram grandes orquestras que nos embalavam, a mais famosa de que me lembro era do Silvio Mazzucca, e era um espetáculo.
Na época, sempre de terno e gravata, nós dançávamos e namorávamos, alguns bailes começavam às 16 h. e terminavam às 20 h., quando levávamos as damas para casa e namorávamos mais um pouquinho.
A Casa de Portugal começava às 18 h. e terminava às 22 h. Foi onde, apesar de tudo, conheci a melhor amante de minha vida, eu tinha 18 anos e ela, seguramente, mais de 30, e ela era encantadora...
Existia, também, na Avenida Ipiranga, quase esquina com a Casper Líbero, um bar-restaurante dançante, num porão muito grande, chamado Atlântico, que reunia todo mundo aos sábados, a partir das 20 h.
Estou escrevendo esta história porque São Paulo daquela época, mal tinha dois milhões de habitantes, e era uma tranqüilidade só. E hoje, quando vejo a metrópole como ela é, sinto realmente muito medo.
Casei com a minha dançarina, e com 24 anos já concebi duas filhas gêmeas. Maravilhosas! Sequer tinha 25 anos e me assombrei por ter duas filhas tão lindas, frutos das tardes dançantes.
Daí minha conclusão de que dançar faz bem a todos os hormônios, pois minhas gêmeas foram uma das maiores alegrias da minha vida. Obrigado a vocês, Gêmea A e Gêmea B, lindas e maravilhosas até hoje!
sábado, 22 de maio de 2010
NATAIS...
Poucas pessoas imaginam nos dias de hoje o que era um Natal antigo. Nos meus 70 anos, ainda me vêm à lembrança os Natais de minha família paterna, no quintal do meu avô Guilherme.
Lembro com muita clareza que meu avô armava uma mesa com tábuas, onde havia lugares para mais de 40 pessoas.
Essa mesa ficava embaixo de uma parreira de uvas sem caroço – imaginem só a delícia de sentar-se à mesa, puxar um cacho de uvas e degustá-lo devagarinho, curtindo cada frutinha como se fosse única! Que bela sobremesa!!!!
E a garotada, eu e meus primos, ficávamos ansiosos até os tios e tias chegarem, pois era costume nos darem um dinheirinho desejando um bom Natal. Se meus primos não se lembram, aqui vai: meu avô Guilherme tinha um amigo que se chamava Waldomiro e vinha sempre nos cumprimentar no Natal. Era o mais generoso, motivo de grande festa para todos nós...
Lembro com muito carinho e saudade destes momentos. Quando todos sentávamos para a ceia, era uma festa, pois, mais de 40 pessoas comendo, bebendo e falando (“parlando”) na maior felicidade... típico de festas romanas... não faltava nada, uma grande fartura de porcos, cabritos, galinhas e acessórios...
O fogão da Nona era à lenha, e naquela época não existiam empregadas, então minhas tias Izilinda e Iracema ajudavam à vovó a preparar todo aquele banquete.
Que manjar dos deuses era aquilo! Sabores, cores, sons, odores que nunca mais se repetirão. Depois não é para eu ser o Saudoso?????
Lembro com muita clareza que meu avô armava uma mesa com tábuas, onde havia lugares para mais de 40 pessoas.
Essa mesa ficava embaixo de uma parreira de uvas sem caroço – imaginem só a delícia de sentar-se à mesa, puxar um cacho de uvas e degustá-lo devagarinho, curtindo cada frutinha como se fosse única! Que bela sobremesa!!!!
E a garotada, eu e meus primos, ficávamos ansiosos até os tios e tias chegarem, pois era costume nos darem um dinheirinho desejando um bom Natal. Se meus primos não se lembram, aqui vai: meu avô Guilherme tinha um amigo que se chamava Waldomiro e vinha sempre nos cumprimentar no Natal. Era o mais generoso, motivo de grande festa para todos nós...
Lembro com muito carinho e saudade destes momentos. Quando todos sentávamos para a ceia, era uma festa, pois, mais de 40 pessoas comendo, bebendo e falando (“parlando”) na maior felicidade... típico de festas romanas... não faltava nada, uma grande fartura de porcos, cabritos, galinhas e acessórios...
O fogão da Nona era à lenha, e naquela época não existiam empregadas, então minhas tias Izilinda e Iracema ajudavam à vovó a preparar todo aquele banquete.
Que manjar dos deuses era aquilo! Sabores, cores, sons, odores que nunca mais se repetirão. Depois não é para eu ser o Saudoso?????
quinta-feira, 13 de maio de 2010
encontrado no Google - Cervejarias de Descalvado...
CERVEJARIAS DE DESCALVADO: (Gerson Álfio De Marco)
Antes da grande industrialização da cerveja em São Paulo e no Brasil, e mesmo já iniciada esta, Descalvado sempre fabricou sua cerveja, até que, pela década de 20, fechou sua derradeira fábrica. Dada a grande população rural, na época do fastígio do café, às entradas da sede urbana, erguiam-se cervejarias de proprietários locais e todos fazedores de ótimos produtos, usando, para isso, entre os ingredientes necessários, alguns importados da Alemanha, a terra da cerveja por excelência. Foi época de muita camaradagem, de constantes piqueniques e estes, especialmente nas proximidades das cervejarias. Sabe-se que naqueles tempos a segunda feira era dia de folga para os artesãos e, então, nesse dia, reuniam-se todos nas cervejarias descalvadenses, para uma festiva jornada de muito beber e comer. De 1890 até pouco mais de 1920, existiram em Descalvado as seguintes cervejarias:
- Cervejaria Fumagali (Bairro de São Sebastião);
- Cervejaria Sassi;
- Cervejaria Tirolim (ficava às margens do Ribeirão Bonito, caminho da Fazenda Ibicoara, propriedade da família Eugenio Anselmi);
- Cervejaria Gargantini de Guilherme Gargantini (Av. Cel. Tobias);
- Cervejaria Tamanduá de Pompeu Brambilla (Bairro do Tomanduá).
http://www.descalvadoonline.com.br/conhecadescalvado/curiososidades.htm
Antes da grande industrialização da cerveja em São Paulo e no Brasil, e mesmo já iniciada esta, Descalvado sempre fabricou sua cerveja, até que, pela década de 20, fechou sua derradeira fábrica. Dada a grande população rural, na época do fastígio do café, às entradas da sede urbana, erguiam-se cervejarias de proprietários locais e todos fazedores de ótimos produtos, usando, para isso, entre os ingredientes necessários, alguns importados da Alemanha, a terra da cerveja por excelência. Foi época de muita camaradagem, de constantes piqueniques e estes, especialmente nas proximidades das cervejarias. Sabe-se que naqueles tempos a segunda feira era dia de folga para os artesãos e, então, nesse dia, reuniam-se todos nas cervejarias descalvadenses, para uma festiva jornada de muito beber e comer. De 1890 até pouco mais de 1920, existiram em Descalvado as seguintes cervejarias:
- Cervejaria Fumagali (Bairro de São Sebastião);
- Cervejaria Sassi;
- Cervejaria Tirolim (ficava às margens do Ribeirão Bonito, caminho da Fazenda Ibicoara, propriedade da família Eugenio Anselmi);
- Cervejaria Gargantini de Guilherme Gargantini (Av. Cel. Tobias);
- Cervejaria Tamanduá de Pompeu Brambilla (Bairro do Tomanduá).
http://www.descalvadoonline.com.br/conhecadescalvado/curiososidades.htm
segunda-feira, 19 de abril de 2010
A PESCARIA...
Desde muito jovem, sempre adorei pescar. Quando aqui morava, em 1948, e cursava o segundo ano primário na Rua da Paz, esquina da Bartolomeu de Gusmão(não existe mais a escola), eu ficava na casa dos meus avós maternos, na Rua Minas Gerais, 108 – éramos vizinhos do Athiê Jorge Cury, famoso político da região, na época.
Sempre que possível, pegava minha varinha, minhas iscas, e ia na ponte do Canal 3 jogar minha linha. Não existia a poluição que existe hoje (lamentável o que fizeram com nossas águas), e eu podia pescar robalinhos, pernas-de-moça e pescadinhas, e então chegava orgulhoso em casa com minhas pescarias.
Gostava de pescar também na Ponta da Praia, principalmente no pontão das balsas. A dificuldade é que o bonde só ia até o Clube de Regatas, dali até o pontão das balsas eu tinha que ir a pé, e na areia, o que era muito cansativo.
Eu saía pela manhã e só voltava à noite, sempre com peixe para o jantar ou o almoço do dia seguinte. Detalhe: sempre limpei meus peixes, mania que carrego até hoje.
Já depois de casado, continuei a amar a pescaria, e encontrei em dois cunhados, o Onofre e o Nane(falecido, infelizmente), dois parceiros muito bons, tanto como amigos, quanto como pescadores.
No início nós íamos pescar no “casqueiro”, em Cubatão, onde alugava-mos um barco e saíamos pelos canais em busca de nossos robalos. De repente fiquei sabendo que na Ponta da Praia alugavam traineiras com pilotos para pesca em alto-mar. Para facilitar, meu cunhado Onofre comprou um apartamento na divisa com Santos e São Vicente, onde nos reuníamos em família.
Dali, alugávamos as traineiras para pescar em alto-mar e normalmente embarcávamos na Ponte dos Práticos, e íamos até o primeiro, segundo ou terceiro “cascalhos”, como eram chamados os pontos de pesca. Normalmente íamos apenas os três: Onofre, Nane e eu. Mas, eis que um belo dia de um final de semana, um outro cunhado, chamado Amadeu, quis ir com a gente. Explicamos que aquilo não era brincadeira, pois o enjôo marítimo é brutal por natureza. Mas ele não desistiu e quis ir conosco de qualquer maneira.
Era um belo sábado e lá fomos nós pegar a traineira na Ponta da Praia, paramos para tomar um café e conhecemos o pai do Pelé, o “Dondinho”, que estava lá. Depois do café, subimos a bordo da traineira e nos lançamos ao mar, lépidos e faceiros...
Só que quando a traineira começou a enfrentar o mari, depois da Ilha das Palmas, meu cunhado Amadeu começou a se sentir muito mal, e queria voltar, mas eu me recusei, pois ele tinha sido avisado e insistiu em ir... Quando chegamos no terceiro cascalho, onde se via parte da Praia Grande e parte do Guarujá, o barco apoitou, isto é, parou, e ele voltou a se sentir muito mal.
Na cabeça dele, se ele desse um mergulho, ele se sentiria melhor, ele era carioca e pensava desta forma, mas ninguém acreditou que ele fosse mergulhar no mar alto. De repente ouvimos um “tchau” e um “tchibum” – ele mergulhou...!!!! Quando emergiu, já estava a uns 20 metros do barco, pois a correnteza o havia levado.
Meu cunhado Nane jogou para ele um carretel de linha cem, mas não era suficiente para segurá-lo e eu tive que cortar a linha... dois minutos depois não o vimos mais, pois a marola era grande e quando ele abaixava o barco subia. O desespero era total, fomos recolher a poita (âncora), mas era tão longa, e eu fiz tanta força que tive um problema que me gerou 15 dias de hospital(depois conto melhor o que aconteceu). Após recolher a poita, começamos a navegar em círculos e não o achamos mais.
Estávamos a três horas do ponto de partida, e o desespero tomou conta de todos nós, após algumas horas de procura, desistimos e voltamos para a ponte dos práticos para avisar a polícia marítima e tentar achar o corpo.
Qual não foi nossa surpresa quando chegamos na ponte e ele lá estava, sentado, nos esperando. Foi uma sensação de alegria e raiva, já que ele tinha nos dado um grande susto e não ouviu nossas recomendações... queríamos dar uma “surra” nele, voltamos para São Paulo sem trocar uma palavra, pois a raiva era muita...
Mas o destino é o destino, e com ele, infelizmente foi implacável: três anos depois do ocorrido, ele foi assaltado, e levou três tiros na cabeça...
Moral da história: o que o mar não leva, a terra não perdoa!!!
Sempre que possível, pegava minha varinha, minhas iscas, e ia na ponte do Canal 3 jogar minha linha. Não existia a poluição que existe hoje (lamentável o que fizeram com nossas águas), e eu podia pescar robalinhos, pernas-de-moça e pescadinhas, e então chegava orgulhoso em casa com minhas pescarias.
Gostava de pescar também na Ponta da Praia, principalmente no pontão das balsas. A dificuldade é que o bonde só ia até o Clube de Regatas, dali até o pontão das balsas eu tinha que ir a pé, e na areia, o que era muito cansativo.
Eu saía pela manhã e só voltava à noite, sempre com peixe para o jantar ou o almoço do dia seguinte. Detalhe: sempre limpei meus peixes, mania que carrego até hoje.
Já depois de casado, continuei a amar a pescaria, e encontrei em dois cunhados, o Onofre e o Nane(falecido, infelizmente), dois parceiros muito bons, tanto como amigos, quanto como pescadores.
No início nós íamos pescar no “casqueiro”, em Cubatão, onde alugava-mos um barco e saíamos pelos canais em busca de nossos robalos. De repente fiquei sabendo que na Ponta da Praia alugavam traineiras com pilotos para pesca em alto-mar. Para facilitar, meu cunhado Onofre comprou um apartamento na divisa com Santos e São Vicente, onde nos reuníamos em família.
Dali, alugávamos as traineiras para pescar em alto-mar e normalmente embarcávamos na Ponte dos Práticos, e íamos até o primeiro, segundo ou terceiro “cascalhos”, como eram chamados os pontos de pesca. Normalmente íamos apenas os três: Onofre, Nane e eu. Mas, eis que um belo dia de um final de semana, um outro cunhado, chamado Amadeu, quis ir com a gente. Explicamos que aquilo não era brincadeira, pois o enjôo marítimo é brutal por natureza. Mas ele não desistiu e quis ir conosco de qualquer maneira.
Era um belo sábado e lá fomos nós pegar a traineira na Ponta da Praia, paramos para tomar um café e conhecemos o pai do Pelé, o “Dondinho”, que estava lá. Depois do café, subimos a bordo da traineira e nos lançamos ao mar, lépidos e faceiros...
Só que quando a traineira começou a enfrentar o mari, depois da Ilha das Palmas, meu cunhado Amadeu começou a se sentir muito mal, e queria voltar, mas eu me recusei, pois ele tinha sido avisado e insistiu em ir... Quando chegamos no terceiro cascalho, onde se via parte da Praia Grande e parte do Guarujá, o barco apoitou, isto é, parou, e ele voltou a se sentir muito mal.
Na cabeça dele, se ele desse um mergulho, ele se sentiria melhor, ele era carioca e pensava desta forma, mas ninguém acreditou que ele fosse mergulhar no mar alto. De repente ouvimos um “tchau” e um “tchibum” – ele mergulhou...!!!! Quando emergiu, já estava a uns 20 metros do barco, pois a correnteza o havia levado.
Meu cunhado Nane jogou para ele um carretel de linha cem, mas não era suficiente para segurá-lo e eu tive que cortar a linha... dois minutos depois não o vimos mais, pois a marola era grande e quando ele abaixava o barco subia. O desespero era total, fomos recolher a poita (âncora), mas era tão longa, e eu fiz tanta força que tive um problema que me gerou 15 dias de hospital(depois conto melhor o que aconteceu). Após recolher a poita, começamos a navegar em círculos e não o achamos mais.
Estávamos a três horas do ponto de partida, e o desespero tomou conta de todos nós, após algumas horas de procura, desistimos e voltamos para a ponte dos práticos para avisar a polícia marítima e tentar achar o corpo.
Qual não foi nossa surpresa quando chegamos na ponte e ele lá estava, sentado, nos esperando. Foi uma sensação de alegria e raiva, já que ele tinha nos dado um grande susto e não ouviu nossas recomendações... queríamos dar uma “surra” nele, voltamos para São Paulo sem trocar uma palavra, pois a raiva era muita...
Mas o destino é o destino, e com ele, infelizmente foi implacável: três anos depois do ocorrido, ele foi assaltado, e levou três tiros na cabeça...
Moral da história: o que o mar não leva, a terra não perdoa!!!
sexta-feira, 16 de abril de 2010
O CAÇADOR...
Jovem ambicioso e já trabalhando, consegui comprar um Dauphine amarelo 1960, fabricado pela Ford. Era novinho e brilhava muito, o que me dava o maior orgulho.
Foi quando meu amigo de infância(Bodão, já lhe fiz uma homenagem aqui no blog), me convidou para ir ao sítio do pai dele, fazer uma caçada, já que lá tinha um campo com muitas perdizes...
Detalhe: eu nunca tinha caçado na vida. Não me lembro como arrumei uma espingarda calibre 16, e lá fomos nós...
Eu não sabia que íamos acampar, estava meio frio e nós estávamos bem agasalhados. Se a memória não me trai, éramos eu, meu amigo Bodão(filho do dono do sítio) e o Cidinho, outro amigo.
Quando chegou a noite, e nos preparávamos pra acampar, o frio era muito grande e resolvemos acender uma fogueira. Deitamos e começamos a dormir, porém a fogueira começou a baixar. Eu não tive dúvidas, me levantei e fui procurar madeira. Eu achei logo, mas no escuro eu não vi que se tratava de uma carroça, que pertencia ao pai do Bodão, que no dia seguinte deu a maior bronca no meu amigo...
Na manhã seguinte, quando acordamos, fomos caçar e saímos em linha para evitar perigos no percurso. De repente, sobe diante de mim uma perdiz, parecia muito robusta, e eu, todo metido, comecei a mirar minha espingarda nela... ela voando e eu acompanhando... quando eu resolvi atirar, ela estava na linha de tiro entre meu Dauphine amarelo e ela...
É óbvio que eu errei, mas meu Dauphine amarelinho ficou cheio de marquinhas pretas, pois o tiro o atingiu em cheio! O difícil foi explicar a todo mundo que aquilo tinha sido um tiro acidental...
Outra coisa difícil também foi aguentar meu amigo reclamando da bronca do pai pela queimada da carroça.
Resumo da ópera: Demorei dois anos para recuperar meu Dauphine e nunca mais me meti a caçar absolutamente nada!
Foi quando meu amigo de infância(Bodão, já lhe fiz uma homenagem aqui no blog), me convidou para ir ao sítio do pai dele, fazer uma caçada, já que lá tinha um campo com muitas perdizes...
Detalhe: eu nunca tinha caçado na vida. Não me lembro como arrumei uma espingarda calibre 16, e lá fomos nós...
Eu não sabia que íamos acampar, estava meio frio e nós estávamos bem agasalhados. Se a memória não me trai, éramos eu, meu amigo Bodão(filho do dono do sítio) e o Cidinho, outro amigo.
Quando chegou a noite, e nos preparávamos pra acampar, o frio era muito grande e resolvemos acender uma fogueira. Deitamos e começamos a dormir, porém a fogueira começou a baixar. Eu não tive dúvidas, me levantei e fui procurar madeira. Eu achei logo, mas no escuro eu não vi que se tratava de uma carroça, que pertencia ao pai do Bodão, que no dia seguinte deu a maior bronca no meu amigo...
Na manhã seguinte, quando acordamos, fomos caçar e saímos em linha para evitar perigos no percurso. De repente, sobe diante de mim uma perdiz, parecia muito robusta, e eu, todo metido, comecei a mirar minha espingarda nela... ela voando e eu acompanhando... quando eu resolvi atirar, ela estava na linha de tiro entre meu Dauphine amarelo e ela...
É óbvio que eu errei, mas meu Dauphine amarelinho ficou cheio de marquinhas pretas, pois o tiro o atingiu em cheio! O difícil foi explicar a todo mundo que aquilo tinha sido um tiro acidental...
Outra coisa difícil também foi aguentar meu amigo reclamando da bronca do pai pela queimada da carroça.
Resumo da ópera: Demorei dois anos para recuperar meu Dauphine e nunca mais me meti a caçar absolutamente nada!
quinta-feira, 15 de abril de 2010
UM DIA DAS MÃES DAQUELES...
Segundo domingo de Maio de 1948, me lembro muito bem, eu tinha oito anos... e minha mãe inventou de passar o Dia das Mães com uma tia dela, na verdade, ex-mulher de um tio dela. Esse tio era irmão do meu avô materno, era o Tio Otávio, muito respeitado na família, pois era um alto funcionário da TELESP, numa época em que telefone em casa era um tesouro e custava uma fortuna.
Lá fomos nós para a Vila Mariana, na casa da Tia Margarida, vulgo Tia Margô. Tia Margô tinha uma filha, prima da minha mãe, que era alguns anos mais velha que eu. Ela se chamava Lurdes, e tinha acabado de ganhar uma linda bicicleta Monark, das mais modernas para a época.
Não demorou muito para eu pedir para dar uma volta, quando ela concordou sem problemas... só que ela não me explicou que, como era um modelo mais moderno e novo, o freio da bicicleta era no pedal, se eu pedalasse para trás, o freio funcionasse.
Infelizmente essa informação poderia ter evitado uma tragédia pessoal... Minha tia morava numa rua que era uma ladeira, e no final dela tinha uma curva à direita.
Eu peguei a bicicleta todo feliz, desci a ladeira, porém quando fiz a curva lá embaixo, vinha um caminhão de marcha à ré, e eu não sabia como parar a bike e só consegui pará-la dando de cara na carroceria do caminhão.
Esse acidente deu início à minha “saga” com problemas nos dentes, já que perdi meus 3 dentes definitivos da frente, passei a ser chamado de “banguela” o tempo todo...
Foram meses e anos tentando ter meu sorriso de volta, infelizmente até hoje sou um dos clientes mais assíduos de dentistas.
Resolvi escrever isto nesta semana porque acabei de sair de mais uma cirurgia odontológica, das incontáveis que já fiz; atualmente estou tentando arrumar o andar de baixo, mas nesta idade tudo fica mais difícil... aí me lembrei de como tudo começou, e estou compartilhando com vocês mais essa história.
Refletindo, hoje eu sei o quanto é importante manter um sorriso saudável e alegre, pois a alegria expressa todo o amor que a gente possa sentir pela vida...
Lá fomos nós para a Vila Mariana, na casa da Tia Margarida, vulgo Tia Margô. Tia Margô tinha uma filha, prima da minha mãe, que era alguns anos mais velha que eu. Ela se chamava Lurdes, e tinha acabado de ganhar uma linda bicicleta Monark, das mais modernas para a época.
Não demorou muito para eu pedir para dar uma volta, quando ela concordou sem problemas... só que ela não me explicou que, como era um modelo mais moderno e novo, o freio da bicicleta era no pedal, se eu pedalasse para trás, o freio funcionasse.
Infelizmente essa informação poderia ter evitado uma tragédia pessoal... Minha tia morava numa rua que era uma ladeira, e no final dela tinha uma curva à direita.
Eu peguei a bicicleta todo feliz, desci a ladeira, porém quando fiz a curva lá embaixo, vinha um caminhão de marcha à ré, e eu não sabia como parar a bike e só consegui pará-la dando de cara na carroceria do caminhão.
Esse acidente deu início à minha “saga” com problemas nos dentes, já que perdi meus 3 dentes definitivos da frente, passei a ser chamado de “banguela” o tempo todo...
Foram meses e anos tentando ter meu sorriso de volta, infelizmente até hoje sou um dos clientes mais assíduos de dentistas.
Resolvi escrever isto nesta semana porque acabei de sair de mais uma cirurgia odontológica, das incontáveis que já fiz; atualmente estou tentando arrumar o andar de baixo, mas nesta idade tudo fica mais difícil... aí me lembrei de como tudo começou, e estou compartilhando com vocês mais essa história.
Refletindo, hoje eu sei o quanto é importante manter um sorriso saudável e alegre, pois a alegria expressa todo o amor que a gente possa sentir pela vida...
terça-feira, 23 de março de 2010
O DESTINO
Todos têm o seu destino, ninguém escapa!
Existia em certa época, um homem pobre, feio e muito infeliz. Reclamava o tempo todo de sua vida. Até que um dia, o chefe do inferno, “Satanás”, mandou um de seus assessores fazer uma proposta ao dito cujo.
Ele teria dinheiro, poder, se tornaria bonito e poderia viver a vida que quisesse, durante um ano inteirinho. Findo o prazo, teria que se apresentar imediatamente na porta do inferno.
O infeliz topou a proposta na hora, e já no dia seguinte acordou belo, rico e poderoso, começando a viver a vida que ele queria.
O tempo passa, e todas as nossas más apostas ou ações, não prescrevem, e acabam sendo cobradas...
Aquele ano passou muito rápido, tão rápido que o homem não se apresentou na porta do inferno como havia pactuado...
Após alguns meses de buscas infrutíferas, o emissário, cansado, chegou a uma cidadezinha muito escondida e distante... de lá mandou um recado ao seu chefe, o “Satanás”, dizendo que havia feito tudo o que podia, mas não conseguira localizar a tal alma...
Ao que seu chefe respondeu: já que o prazo tinha se esgotado, que ele escolhesse qualquer alma para trazer ao inferno.
Nesta noite, havia uma festa na cidadezinha e nosso amigo do pacto, que já havia voltado a ser feio, mas estava ainda senhor de si, resolveu dançar até cair de cansaço... O emissário foi à mesma festa, e na sua busca por uma alma, viu-se diante de difícil escolha. Mas, olha daqui, olha dali, deu de cara com um homem muito feio, mas alegre, pois estava dançando à vontade...
O emissário pensou... este é o cara mais feio da festa, é ele que vou levar, e o levou... “O destino é implacável!!!”
P.S. Esta estória foi contada pelo meu avô materno, Manoel. Obrigado, padrinho! Saudades!
Existia em certa época, um homem pobre, feio e muito infeliz. Reclamava o tempo todo de sua vida. Até que um dia, o chefe do inferno, “Satanás”, mandou um de seus assessores fazer uma proposta ao dito cujo.
Ele teria dinheiro, poder, se tornaria bonito e poderia viver a vida que quisesse, durante um ano inteirinho. Findo o prazo, teria que se apresentar imediatamente na porta do inferno.
O infeliz topou a proposta na hora, e já no dia seguinte acordou belo, rico e poderoso, começando a viver a vida que ele queria.
O tempo passa, e todas as nossas más apostas ou ações, não prescrevem, e acabam sendo cobradas...
Aquele ano passou muito rápido, tão rápido que o homem não se apresentou na porta do inferno como havia pactuado...
Após alguns meses de buscas infrutíferas, o emissário, cansado, chegou a uma cidadezinha muito escondida e distante... de lá mandou um recado ao seu chefe, o “Satanás”, dizendo que havia feito tudo o que podia, mas não conseguira localizar a tal alma...
Ao que seu chefe respondeu: já que o prazo tinha se esgotado, que ele escolhesse qualquer alma para trazer ao inferno.
Nesta noite, havia uma festa na cidadezinha e nosso amigo do pacto, que já havia voltado a ser feio, mas estava ainda senhor de si, resolveu dançar até cair de cansaço... O emissário foi à mesma festa, e na sua busca por uma alma, viu-se diante de difícil escolha. Mas, olha daqui, olha dali, deu de cara com um homem muito feio, mas alegre, pois estava dançando à vontade...
O emissário pensou... este é o cara mais feio da festa, é ele que vou levar, e o levou... “O destino é implacável!!!”
P.S. Esta estória foi contada pelo meu avô materno, Manoel. Obrigado, padrinho! Saudades!
MEU AVÔ MATERNO
Ele chamava-se Manoel, nasceu em Portugal, e chegou ao Brasil menino ainda. Quando se tornou adulto, conheceu e casou-se com uma italiana que ainda considero uma santa: Vovó Evelina!
Foi meu padrinho de batismo, e fazia questão que eu o chamasse sempre de Padrinho. Quando comecei meus estudos, era muito comum entre os colegas de escola, ouvir e reproduzir piadas de portugueses.
Numa de minhas viagens a Santos, para visitar meus avós, eu, que queria me exibir, contei uma piada de português, todos deram risada e eu fiquei muito orgulhoso... mas... aí veio o “presta atenção” do Padrinho:
“Neto(meu apelido), vou te falar uma coisa: português nasce em Portugal, mas burro nasce em qualquer lugar do mundo!”
Eu não tinha idade na época para compreender o significado daquela frase. Hoje eu entendo perfeitamente suas palavras, pois, com a globalização, você acompanha diariamente, online e real time todas as atrocidades e os absurdos que os seres humanos praticam...
Crianças morrendo de fome; homens-bomba se explodindo em atentados infames; homens que conseguem o poder e tentam levar seu povo ao fanatismo religioso; homens que querem ficar eternamente no poder; homens que quando finalmente deixam o poder, também deixam ruínas que demoram gerações para serem reerguidas, quando o conseguem. Homens querendo destruir o mundo, não se importando que eles e seus descendentes também serão destruídos... torcidas de jovens depredando, usando de uma violência tão intensa, capaz de destruir vidas, após um simples jogo de futebol.
Meu velho e saudoso Padrinho, você estava coberto de razão: O “Burro” nasce no mundo todo, sempre nasceu e vai continuar nascendo...
Foi meu padrinho de batismo, e fazia questão que eu o chamasse sempre de Padrinho. Quando comecei meus estudos, era muito comum entre os colegas de escola, ouvir e reproduzir piadas de portugueses.
Numa de minhas viagens a Santos, para visitar meus avós, eu, que queria me exibir, contei uma piada de português, todos deram risada e eu fiquei muito orgulhoso... mas... aí veio o “presta atenção” do Padrinho:
“Neto(meu apelido), vou te falar uma coisa: português nasce em Portugal, mas burro nasce em qualquer lugar do mundo!”
Eu não tinha idade na época para compreender o significado daquela frase. Hoje eu entendo perfeitamente suas palavras, pois, com a globalização, você acompanha diariamente, online e real time todas as atrocidades e os absurdos que os seres humanos praticam...
Crianças morrendo de fome; homens-bomba se explodindo em atentados infames; homens que conseguem o poder e tentam levar seu povo ao fanatismo religioso; homens que querem ficar eternamente no poder; homens que quando finalmente deixam o poder, também deixam ruínas que demoram gerações para serem reerguidas, quando o conseguem. Homens querendo destruir o mundo, não se importando que eles e seus descendentes também serão destruídos... torcidas de jovens depredando, usando de uma violência tão intensa, capaz de destruir vidas, após um simples jogo de futebol.
Meu velho e saudoso Padrinho, você estava coberto de razão: O “Burro” nasce no mundo todo, sempre nasceu e vai continuar nascendo...
domingo, 14 de março de 2010
SANSÃO E DALILA
Esta eu preciso contar... é uma história bíblica, dizia que Sansão foi o primeiro super-homem do cinema. O filme chamava-se “Sansão e Dalila”, com os atores(já falecidos), Victor Mature e Ed Lamar, Sansão e Dalila, respectivamente.
No bairro do Bom Retiro, na Rua Barra do Tibagi, foi inaugurado o Cine Paris, um sucesso! Um dos primeiros filmes apresentados foi este clássico. A história era de um homem super forte, que com uma queixada de burro(o crânio do animal), derrotava todos os filisteus.
Só que ele se apaixonou por Dalila, que a serviço dos filisteus o traiu, e ele foi entregue drogado a seus inimigos que, para inutilizá-lo definitivamente, o cegaram.
Foi marcada uma grande festa para apresentar ao público o seu grande inimigo inutilizado. A festa foi num templo dos filisteus, e Sansão foi exposto a todos, impotente.
Dalila, na platéia, teve remorsos pelo que tinha feito, e foi até ele pedir o seu perdão. Ele, então, lhe pediu que ela o levasse até as duas colunas-mestras do templo. Lá chegando, ele se posicionou entre as duas colunas e, com uma força descomunal, derrubou-as. O templo inteiro ruiu, matando quase todos os filisteus. Esta história muita gente desconhece atualmente.
O fato é que fui com meu irmão mais novo, o Maneco(que Deus o tenha!), na matinê das 14 horas. Eu tinha 12 anos e ele, 9. Quando terminou a a matinê, eu fui embora, mas o Maneco pediu para ficar e assistir o filme de novo. Deixei ele lá...
Às 20 h., quando cheguei em casa, encontrei “mainha”(era assim que nós a chamávamos) toda preocupada, perguntando pelo meu irmão.
Expliquei que o tinha deixado no Cine Paris, às 16 h. e não o vi mais. Ela então me ordenou que voltasse ao cinema para encontra-lo. Lá chegando, às 21 h., eu o encontrei no mesmo banco, e falei: “ – nós precisamos ir embora, a mainha está te chamando...”. Aí ele me disse: “- eu quero ver só mais uma vez o Sansão derrubar as colunas e matar os filisteus, depois eu vou”...
Ao meu irmão, saudades, você era “a peça”!!! Beijos.
P.S.: me esqueci de falar que a força de Sansão estava nos seus cabelos, e Dalila teve que droga-lo para poder corta-los, consumando sua traição.
No bairro do Bom Retiro, na Rua Barra do Tibagi, foi inaugurado o Cine Paris, um sucesso! Um dos primeiros filmes apresentados foi este clássico. A história era de um homem super forte, que com uma queixada de burro(o crânio do animal), derrotava todos os filisteus.
Só que ele se apaixonou por Dalila, que a serviço dos filisteus o traiu, e ele foi entregue drogado a seus inimigos que, para inutilizá-lo definitivamente, o cegaram.
Foi marcada uma grande festa para apresentar ao público o seu grande inimigo inutilizado. A festa foi num templo dos filisteus, e Sansão foi exposto a todos, impotente.
Dalila, na platéia, teve remorsos pelo que tinha feito, e foi até ele pedir o seu perdão. Ele, então, lhe pediu que ela o levasse até as duas colunas-mestras do templo. Lá chegando, ele se posicionou entre as duas colunas e, com uma força descomunal, derrubou-as. O templo inteiro ruiu, matando quase todos os filisteus. Esta história muita gente desconhece atualmente.
O fato é que fui com meu irmão mais novo, o Maneco(que Deus o tenha!), na matinê das 14 horas. Eu tinha 12 anos e ele, 9. Quando terminou a a matinê, eu fui embora, mas o Maneco pediu para ficar e assistir o filme de novo. Deixei ele lá...
Às 20 h., quando cheguei em casa, encontrei “mainha”(era assim que nós a chamávamos) toda preocupada, perguntando pelo meu irmão.
Expliquei que o tinha deixado no Cine Paris, às 16 h. e não o vi mais. Ela então me ordenou que voltasse ao cinema para encontra-lo. Lá chegando, às 21 h., eu o encontrei no mesmo banco, e falei: “ – nós precisamos ir embora, a mainha está te chamando...”. Aí ele me disse: “- eu quero ver só mais uma vez o Sansão derrubar as colunas e matar os filisteus, depois eu vou”...
Ao meu irmão, saudades, você era “a peça”!!! Beijos.
P.S.: me esqueci de falar que a força de Sansão estava nos seus cabelos, e Dalila teve que droga-lo para poder corta-los, consumando sua traição.
quarta-feira, 10 de março de 2010
PIADA - O PADRE E A VODKA - colaboração de Katia D Gargantini
Observação: desconhecemos a autoria, está na internet...Achei essa piada tão bacana que resolvi publicar no blog. Curtam! O Saudoso
O novo Padre da paróquia estava tão nervoso no seu primeiro sermão, que quase não conseguiu falar. Antes do seu segundo sermão, no domingo seguinte, perguntou ao Arcebispo como poderia fazer para relaxar. Este lhe sugeriu que na próxima vez, colocasse umas gotas de vodka na água benta, e que depois de uns goles estaria mais tranquilo. No domingo seguinte aplicou a sugestão e sentiu-se tão bem, que poderia falar alto até no meio de uma tempestade, de tão feliz e descontraído que se encontrava. Depois de regressar à reitoria da Paróquia encontrou uma nota do Arcebispo dizendo-lhe:
Prezado Padre, seguem algumas observações:
1) Na próxima vez, coloque gotas de vodka na água e não gotas de água na vodka.
2)Não coloque limão e açúcar na borda do cálice.
3)O manto da imagem de Nosso Senhor Jesus Cristo não deve ser usado como guardanapo.
4)Existem 10 Mandamentos e não 12.
5)Existiram 12 Apóstolos e não 10.
6)Judas traiu Jesus, não o "sacaneou".
7)Jesus foi crucificado, não enforcado;
8)Tiradentes não tem nada a ver com a história.
9)A hóstia não é chicletes; portanto evite tentar fazer bolas.
10)Aquela "casinha" é o confessionário; não o banheiro.
11)Evite apoiar-se na imagem de Nossa Senhora, muito menos abraçá-la.
12)A iniciativa de chamar o público para cantar foi louvável, mas fazer trenzinho e correr pela igreja foi demais...
13)Água benta é para se benzer e não para refrescar a nuca.
14)Nunca reze a missa sentado na escada do altar;
muito menos com o pé sobre a Bíblia Sagrada.
15)As hóstias devem ser distribuídas para os fiéis; jamais usadas como aperitivo para acompanhar o vinho.
16)Procure usar roupas debaixo da batina.
17)Evite abanar-se com a batina quando estiver com calor.
18)Jesus nasceu em Belém, mas isto não significa que ele seja paraense.
19)Numa missa não se deve fazer perguntas ao público.
20)Também não se deve pedir ajuda aos universitários. Até porque eles não sabem nada.
21)Quem peca é um pecador; não um "f.d.p".
22)Quem peca vai para o inferno; e não "pra p.q.p".
23)Pelos 45 minutos de missa que acompanhei, notei essas falhas.
Espero que tais falhas sejam corrigidas já para o próximo domingo. Atenciosamente, O Arcebispo.
P.S.: Uma missa leva em torno de uma hora, e não dois tempos de 45 minutos cada . E aquele sujeito sentado no canto do altar, a quem você se referiu como "travecão de vestido", era eu.
O novo Padre da paróquia estava tão nervoso no seu primeiro sermão, que quase não conseguiu falar. Antes do seu segundo sermão, no domingo seguinte, perguntou ao Arcebispo como poderia fazer para relaxar. Este lhe sugeriu que na próxima vez, colocasse umas gotas de vodka na água benta, e que depois de uns goles estaria mais tranquilo. No domingo seguinte aplicou a sugestão e sentiu-se tão bem, que poderia falar alto até no meio de uma tempestade, de tão feliz e descontraído que se encontrava. Depois de regressar à reitoria da Paróquia encontrou uma nota do Arcebispo dizendo-lhe:
Prezado Padre, seguem algumas observações:
1) Na próxima vez, coloque gotas de vodka na água e não gotas de água na vodka.
2)Não coloque limão e açúcar na borda do cálice.
3)O manto da imagem de Nosso Senhor Jesus Cristo não deve ser usado como guardanapo.
4)Existem 10 Mandamentos e não 12.
5)Existiram 12 Apóstolos e não 10.
6)Judas traiu Jesus, não o "sacaneou".
7)Jesus foi crucificado, não enforcado;
8)Tiradentes não tem nada a ver com a história.
9)A hóstia não é chicletes; portanto evite tentar fazer bolas.
10)Aquela "casinha" é o confessionário; não o banheiro.
11)Evite apoiar-se na imagem de Nossa Senhora, muito menos abraçá-la.
12)A iniciativa de chamar o público para cantar foi louvável, mas fazer trenzinho e correr pela igreja foi demais...
13)Água benta é para se benzer e não para refrescar a nuca.
14)Nunca reze a missa sentado na escada do altar;
muito menos com o pé sobre a Bíblia Sagrada.
15)As hóstias devem ser distribuídas para os fiéis; jamais usadas como aperitivo para acompanhar o vinho.
16)Procure usar roupas debaixo da batina.
17)Evite abanar-se com a batina quando estiver com calor.
18)Jesus nasceu em Belém, mas isto não significa que ele seja paraense.
19)Numa missa não se deve fazer perguntas ao público.
20)Também não se deve pedir ajuda aos universitários. Até porque eles não sabem nada.
21)Quem peca é um pecador; não um "f.d.p".
22)Quem peca vai para o inferno; e não "pra p.q.p".
23)Pelos 45 minutos de missa que acompanhei, notei essas falhas.
Espero que tais falhas sejam corrigidas já para o próximo domingo. Atenciosamente, O Arcebispo.
P.S.: Uma missa leva em torno de uma hora, e não dois tempos de 45 minutos cada . E aquele sujeito sentado no canto do altar, a quem você se referiu como "travecão de vestido", era eu.
domingo, 7 de março de 2010
ERA UMA VEZ
Sou leitor assíduo de jornais e revistas. Também ameaço navegações na internet, confesso que com as dificuldades naturais de quem nasceu a largo da geração computador pessoal e internet. Sempre gostei das histórias que começavam com “Era uma vez...”, pois elas me davam a impressão de serem verdadeiras.
Estou no limiar de meus 70 anos, e outro dia me emocionei ao ver que o Pacaembu foi inaugurado em 1940, ano em que nasci!
Lembro-me com muita clareza da primeira vez em que fui a um jogo de futebol no Pacaembu(naquela época ainda se escrevia futball). Eu era um garoto de 8 anos, e fui, junto com meu pai, assistir a um jogo do Palmeiras(meu time do coração) e São Paulo. Não me lembro quem ganhou, só sei que vi Leônidas da Silva (o inventor da “bicicleta” no futebol), e saí maravilhado com o que assisti. Na saída, a pé pela Avenida Pacaembu, maravilhado pelas pomposas casas que eu via, não conseguia entender porque morávamos tão precariamente lá no nosso Bom Retiro, várzea do Tietê, e sujeito a enchentes que, quase 62 anos depois, continuam iguais(ou piores).
Mesmo com a sensação de que o meu tempo já acabou, não me conformo com todos esses anos de políticos que, em geral, só enriquecem às nossas custas, e também por saber que nestes 70 anos, tudo continua igual em relação às enchentes... Pobre povo paulistano... Pobre povo brasileiro, com tantas outras falcatruas, dinheiro corrupto encontrado nos lugares mais insólitos, necessidades básicas como saúde, educação, saneamento... tão precárias, mesmo com a boa vontade de poucos para melhorá-las...
Tenho a sensação de ter vivido a vida toda como um palhaço, só que não caracterizado, como o grande Piolim (um dos maiores palhaços de espetáculos do Brasil). Quem sabe um dia isso tudo vai mudar? Quem sabe haverá um povo que clame por uma revolução, por uma limpeza? Será? Acho que, infelizmente, não estarei por aqui para ver...
Estou no limiar de meus 70 anos, e outro dia me emocionei ao ver que o Pacaembu foi inaugurado em 1940, ano em que nasci!
Lembro-me com muita clareza da primeira vez em que fui a um jogo de futebol no Pacaembu(naquela época ainda se escrevia futball). Eu era um garoto de 8 anos, e fui, junto com meu pai, assistir a um jogo do Palmeiras(meu time do coração) e São Paulo. Não me lembro quem ganhou, só sei que vi Leônidas da Silva (o inventor da “bicicleta” no futebol), e saí maravilhado com o que assisti. Na saída, a pé pela Avenida Pacaembu, maravilhado pelas pomposas casas que eu via, não conseguia entender porque morávamos tão precariamente lá no nosso Bom Retiro, várzea do Tietê, e sujeito a enchentes que, quase 62 anos depois, continuam iguais(ou piores).
Mesmo com a sensação de que o meu tempo já acabou, não me conformo com todos esses anos de políticos que, em geral, só enriquecem às nossas custas, e também por saber que nestes 70 anos, tudo continua igual em relação às enchentes... Pobre povo paulistano... Pobre povo brasileiro, com tantas outras falcatruas, dinheiro corrupto encontrado nos lugares mais insólitos, necessidades básicas como saúde, educação, saneamento... tão precárias, mesmo com a boa vontade de poucos para melhorá-las...
Tenho a sensação de ter vivido a vida toda como um palhaço, só que não caracterizado, como o grande Piolim (um dos maiores palhaços de espetáculos do Brasil). Quem sabe um dia isso tudo vai mudar? Quem sabe haverá um povo que clame por uma revolução, por uma limpeza? Será? Acho que, infelizmente, não estarei por aqui para ver...
“CAIR DO CAVALO”...
Não me lembro muito bem quantos anos eu tinha, só lembro que meu avô comprou um sítio em Valinhos.
Num final de semana fomos para o sítio e me lembro que lá chegando, minhas tias tinham esquecido as chaves em Campinas. Naquela época, Campinas e Valinhos não eram tão perto, e depois de todas as broncas, as tias foram buscar as chaves...
Depois delas chegarem e abrirem o sítio, meu pai, sempre ele, me pôs no selim de um cavalo, foi a primeira vez que eu montei. Achei muito legal!!!
A segunda vez em que montei um cavalo, já bem mais velho, casado, já tinha minhas gêmeas, foi num sítio em que meu sobrinho trabalhava.
Chegando lá ele me perguntou: “- você sabe andar a cavalo?”, ao que respondi:
“- deixa comigo, que eu domino isto!” (que pretensão...).
O que eu não sabia é que aquele cavalo tinha sido comprado da vizinha há 10 dias...assim que eu subi nele, o desgraçado disparou para o estábulo antigo. Eu não conseguia parar o bicho!!!! Quando olhei para frente e vi o estábulo que ele ia entrar (ia bater exatamente no meu peito), resolvi me jogar... Caí de mal jeito, e me machuquei de verdade...
Passei 15 dias no hospital para cuidar de um rim rompido internamente. Que susto!!! Nunca mais montei um cavalo na vida! Sei exatamente o que significa “cair do cavalo”... Por isso, àqueles que quiserem se aventurar, eu aviso: cuidado!!!
Num final de semana fomos para o sítio e me lembro que lá chegando, minhas tias tinham esquecido as chaves em Campinas. Naquela época, Campinas e Valinhos não eram tão perto, e depois de todas as broncas, as tias foram buscar as chaves...
Depois delas chegarem e abrirem o sítio, meu pai, sempre ele, me pôs no selim de um cavalo, foi a primeira vez que eu montei. Achei muito legal!!!
A segunda vez em que montei um cavalo, já bem mais velho, casado, já tinha minhas gêmeas, foi num sítio em que meu sobrinho trabalhava.
Chegando lá ele me perguntou: “- você sabe andar a cavalo?”, ao que respondi:
“- deixa comigo, que eu domino isto!” (que pretensão...).
O que eu não sabia é que aquele cavalo tinha sido comprado da vizinha há 10 dias...assim que eu subi nele, o desgraçado disparou para o estábulo antigo. Eu não conseguia parar o bicho!!!! Quando olhei para frente e vi o estábulo que ele ia entrar (ia bater exatamente no meu peito), resolvi me jogar... Caí de mal jeito, e me machuquei de verdade...
Passei 15 dias no hospital para cuidar de um rim rompido internamente. Que susto!!! Nunca mais montei um cavalo na vida! Sei exatamente o que significa “cair do cavalo”... Por isso, àqueles que quiserem se aventurar, eu aviso: cuidado!!!
quarta-feira, 3 de março de 2010
O BOM CABRITO NÃO BERRA
E não berra mesmo, pois vi com meus próprios olhos esta verdade!
Em 1952, eu tinha 12 anos, e, num sábado, fui com meu avô Guilherme na casa do meu tio Batista, casado com minha tia Lívia, um amor de pessoa, e tinham dois filhos, meus primos Rose e Batistinha (apelidos). Gostava e ainda gosto muito deles... Lembro-me como se fosse hoje, minha tia Lívia tinha feito uma DOBRADINHA INIGUALÁVEL, com muito esmero, passei a adorar aquela iguaria, e a preparo até hoje... depois do que vou contar agora, nós nos “fartamos” com a dobradinha...
Eu nem imaginava o que meu avô ia fazer, pois ele estava de terno preto e gravata, com uma linda camisa branca...
Quando chegamos, depois de uma subida cansativa(se não me engano, era a rua General Osório), lá em cima, meu avô tirou o paletó, arregaçou as mangas da camisa, colocou a gravata dentro da mesma, e fomos ao quintal da casa, onde nos fundos, atrás de umas grades, tinha um cabrito marrom, bem grande.
Qual não foi minha surpresa, quando ele amarrou as duas patas traseiras do cabrito, e pendurou o mesmo em uma árvore; depois tirou uma faca, não sei de onde, pisou na cabeça do bicho, e cortou seu pescoço sem a menor piedade, bem na minha frente... Fiquei horrorizado, mas não pude deixar de admirar a destreza do meu querido avô. O bicho não deu um MÉÉÉÉÉÉ, era um bom cabrito.
Aí ele pendurou o cabrito mais alto, tirou o “casaco” do bicho, quero dizer, a pele. Incrível, mas não tinha uma gota de sangue nas suas roupas impecáveis. Sua habilidade era impressionante!! após ele esquartejar o animal, todos lavamos as mãos, e fomos comer a dobradinha da tia Lívia, digna dos deuses.
Após um breve descanso, voltamos para a casa do meu avô, o que foi bem mais fácil, pois era descida... chegando lá, encontrei meu pai, que tinha vindo de São Paulo com a triste noticia de que eu tinha sido reprovado na segunda série ginasial. Ai como eu não era cabrito, eu BERREI, mas por pouco tempo.
Outro dia, conversando com a prima Rose pelo telefone, ela disse que lembrava deste dia, minha testemunha da mais alta qualidade!!
Minha tia Lívia ainda está entre nós, esta é uma homenagem a ela, com meu carinho e meu amor! Meu avô Guilherme, saudades!!!!
P.S.: esqueci de dizer que meu Tio Batista morava ao lado de um pensionato de noviças e, quando eu e o Batistinha íamos ao banheiro, podíamos olhar o banheiro delas, então, sempre esperávamos na surdina, para ver se tinha alguma pelada...rsrsrsrs
Em 1952, eu tinha 12 anos, e, num sábado, fui com meu avô Guilherme na casa do meu tio Batista, casado com minha tia Lívia, um amor de pessoa, e tinham dois filhos, meus primos Rose e Batistinha (apelidos). Gostava e ainda gosto muito deles... Lembro-me como se fosse hoje, minha tia Lívia tinha feito uma DOBRADINHA INIGUALÁVEL, com muito esmero, passei a adorar aquela iguaria, e a preparo até hoje... depois do que vou contar agora, nós nos “fartamos” com a dobradinha...
Eu nem imaginava o que meu avô ia fazer, pois ele estava de terno preto e gravata, com uma linda camisa branca...
Quando chegamos, depois de uma subida cansativa(se não me engano, era a rua General Osório), lá em cima, meu avô tirou o paletó, arregaçou as mangas da camisa, colocou a gravata dentro da mesma, e fomos ao quintal da casa, onde nos fundos, atrás de umas grades, tinha um cabrito marrom, bem grande.
Qual não foi minha surpresa, quando ele amarrou as duas patas traseiras do cabrito, e pendurou o mesmo em uma árvore; depois tirou uma faca, não sei de onde, pisou na cabeça do bicho, e cortou seu pescoço sem a menor piedade, bem na minha frente... Fiquei horrorizado, mas não pude deixar de admirar a destreza do meu querido avô. O bicho não deu um MÉÉÉÉÉÉ, era um bom cabrito.
Aí ele pendurou o cabrito mais alto, tirou o “casaco” do bicho, quero dizer, a pele. Incrível, mas não tinha uma gota de sangue nas suas roupas impecáveis. Sua habilidade era impressionante!! após ele esquartejar o animal, todos lavamos as mãos, e fomos comer a dobradinha da tia Lívia, digna dos deuses.
Após um breve descanso, voltamos para a casa do meu avô, o que foi bem mais fácil, pois era descida... chegando lá, encontrei meu pai, que tinha vindo de São Paulo com a triste noticia de que eu tinha sido reprovado na segunda série ginasial. Ai como eu não era cabrito, eu BERREI, mas por pouco tempo.
Outro dia, conversando com a prima Rose pelo telefone, ela disse que lembrava deste dia, minha testemunha da mais alta qualidade!!
Minha tia Lívia ainda está entre nós, esta é uma homenagem a ela, com meu carinho e meu amor! Meu avô Guilherme, saudades!!!!
P.S.: esqueci de dizer que meu Tio Batista morava ao lado de um pensionato de noviças e, quando eu e o Batistinha íamos ao banheiro, podíamos olhar o banheiro delas, então, sempre esperávamos na surdina, para ver se tinha alguma pelada...rsrsrsrs
segunda-feira, 1 de março de 2010
A FESTA NO CÉU
Quando a curiosidade é inata, acontece desde os primeiros anos de vida... eu jamais esqueci uma estória que minha avó materna, “Vó Evelina” me contou, quando eu perguntei: - por que motivo, quando os cachorros se encontram, eles costumam cheirar a bunda um do outro?
Eis o que ouvi: “Deus, lá no céu, resolveu dar uma festa para todos os bichos que existiam na Terra, e mandou São Pedro convidar a todos.
No dia da festa, quando os elefantes começaram a chegar, Deus percebeu que o salão do céu poderia ficar muito sujo, e ordenou a São Pedro que falasse para os bichos que eles só entrariam, se deixassem as bundas na chapelaria...
A festa ia muito bem, a “balada” estava boa e animada, quando um macaco, sem querer, botou fogo no salão do céu.
Deus, muito preocupado, imediatamente ordenou a São Pedro que mandasse todos bichos esvaziarem o salão, ordenadamente...
Os primeiros foram os elefantes, foi fácil localizar seus enormes traseiros. Na sequência, as girafas, com seus traseiros lá no alto, fácil também. Depois delas, os rinocerontes...e assim, sucessivamente, a saída estava tranquila e ordeira...
Mas o fogo, de repente, começou a aumentar, e Deus apressou São Pedro, que ordenou aos bichos que saíssem correndo.
Os últimos a sair foram os cachorros, que medrosos e afobadíssimos, pegaram o primeiro traseiro que encontraram, e, portanto, cada um pegou a bunda errada!!!!
Por este motivo, hoje eles cheiram as bundas mutuamente, quando se encontram, procurando seu traseiro original....
Nunca mais esqueci desta estória, e todas as vezes que vejo dois cachorros se cheirando, lembro da “Vó Evelina”. Tirei como moral desta estória:
“Quando se pega a bunda errada, você passa a vida cheirando a bunda dos outros!!!”
Beijos, Vó Evelina! Saudade!
Eis o que ouvi: “Deus, lá no céu, resolveu dar uma festa para todos os bichos que existiam na Terra, e mandou São Pedro convidar a todos.
No dia da festa, quando os elefantes começaram a chegar, Deus percebeu que o salão do céu poderia ficar muito sujo, e ordenou a São Pedro que falasse para os bichos que eles só entrariam, se deixassem as bundas na chapelaria...
A festa ia muito bem, a “balada” estava boa e animada, quando um macaco, sem querer, botou fogo no salão do céu.
Deus, muito preocupado, imediatamente ordenou a São Pedro que mandasse todos bichos esvaziarem o salão, ordenadamente...
Os primeiros foram os elefantes, foi fácil localizar seus enormes traseiros. Na sequência, as girafas, com seus traseiros lá no alto, fácil também. Depois delas, os rinocerontes...e assim, sucessivamente, a saída estava tranquila e ordeira...
Mas o fogo, de repente, começou a aumentar, e Deus apressou São Pedro, que ordenou aos bichos que saíssem correndo.
Os últimos a sair foram os cachorros, que medrosos e afobadíssimos, pegaram o primeiro traseiro que encontraram, e, portanto, cada um pegou a bunda errada!!!!
Por este motivo, hoje eles cheiram as bundas mutuamente, quando se encontram, procurando seu traseiro original....
Nunca mais esqueci desta estória, e todas as vezes que vejo dois cachorros se cheirando, lembro da “Vó Evelina”. Tirei como moral desta estória:
“Quando se pega a bunda errada, você passa a vida cheirando a bunda dos outros!!!”
Beijos, Vó Evelina! Saudade!
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
LIÇÕES...
Meu pai me disse um dia: “meu filho, quem fala o que quer, escuta o que não quer”. Estive pensando:se me proponho a escrever alguma coisa, espero que alguém leia, e quem fala também espera que alguém escute, pois, do contrário, o mundo seria um hospício...
Brasília, nossa capital, fará 50 anos em abril... Lembro-me quando de sua inauguração... Todos os finais de semana, naquela época, eu vestia meu único terno azul-marinho, colocava gravata, e ia encontrar meus amigos em frente ao Cine Metro, na Avenida São João – ali era nosso ponto de encontro para paquerar as meninas. Eu tinha 20 anos, quando, numa tarde de sábado, estávamos num grupo de jovens, e era comum dirigir gracejos às “moçoilas” que passavam.
Nesta mesma tarde, vinha vindo uma linda jovem, carregando um violão nas costas, e eu, metido a galanteador brincalhão, me dirigi a ela, e falei: “queria ver se fosse um piano!”. Qual não foi minha surpresa, quando ela parou, olhou para mim, e disse: “eu arrumava um burro como você para carregar!”, e foi embora.
Desnecessário dizer que a gozação do grupo foi geral, o que fez com que eu ficasse 15 dias sem aparecer no ponto...
Aí, sim, foi que dei valor às sábias palavras de meu pai, e dali para frente, sempre procurei falar o que as pessoas querem ouvir. Agora escrevo histórias, espero que as pessoas queiram ler com alegria e satisfação.
Brasília, nossa capital, fará 50 anos em abril... Lembro-me quando de sua inauguração... Todos os finais de semana, naquela época, eu vestia meu único terno azul-marinho, colocava gravata, e ia encontrar meus amigos em frente ao Cine Metro, na Avenida São João – ali era nosso ponto de encontro para paquerar as meninas. Eu tinha 20 anos, quando, numa tarde de sábado, estávamos num grupo de jovens, e era comum dirigir gracejos às “moçoilas” que passavam.
Nesta mesma tarde, vinha vindo uma linda jovem, carregando um violão nas costas, e eu, metido a galanteador brincalhão, me dirigi a ela, e falei: “queria ver se fosse um piano!”. Qual não foi minha surpresa, quando ela parou, olhou para mim, e disse: “eu arrumava um burro como você para carregar!”, e foi embora.
Desnecessário dizer que a gozação do grupo foi geral, o que fez com que eu ficasse 15 dias sem aparecer no ponto...
Aí, sim, foi que dei valor às sábias palavras de meu pai, e dali para frente, sempre procurei falar o que as pessoas querem ouvir. Agora escrevo histórias, espero que as pessoas queiram ler com alegria e satisfação.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
MINHAS ORIGENS
Conheci meus avós paternos, Vó Rosa e Vô Guilherme, e soube da história de vida deles pelo meu pai e meus tios. Eles vieram da Itália ainda pequenos, e foram morar com seus pais, que vieram para colher café no interior de São Paulo, em Descalvado.
Soube que logo que ficaram adultos, se casaram, e tiveram 12 filhos, 3 dos quais faleceram no nascimento, de acordo com meu pai.
Naquela época, os filhos mais velhos eram os patriarcas familiares. O mais velho era meu Tio Isidro, que se casou com a Tia Morete e teve 3 filhos, Carlos, Sonia e Isidro Junior(infelizmente já falecido). A segunda, era a Tia Lídia, autoritária e mandona, que se casou com o Tio Alexandre, bonachão e bon vivant , tiveram um filho, o neto mais velho, Sérgio.
O terceiro, se não me engano na ordem cronológica, foi o Tio Batista, casado com a Tia Lívia, viva até hoje, um amor de pessoa! Tiveram dois filhos, minha prima Rose e meu primo Batistinha. O quarto, foi minha Tia Isilinda, que morreu solteirona. O quinto, foi minha Tia Ediwiges, que se casou com um descendente de alemães, que se chamava Theodoro, vulgo Tio Zalu, que um dia salvou minha vida no Rio Souzas. Tiveram 4 filhos: o mais velho, Henrique, infelizmente já falecido. A segunda filha, Silvia, e os gêmeos Roberto e Rodolfo, este último, também, já falecido.
O sexto filho foi meu pai, Orlando. Genial!!! Casou-se com a Lola, minha mãe(ô mulherzinha difícil...), e tiveram dois filhos: o mais velho, este que vos escreve, e o mais novo, o Maneco, já falecido. O sétimo foi o Tio Waldemar, que se casou com a Tia Antonieta, e tiveram 3 filhos: Maria José, Waldemar Junior e Maria da Graça.
O oitavo foi a Tia Cema, também morreu solteirona, mas cuidou dos sobrinhos como uma verdadeira mãezona. Fazia uma bracciola que nunca mais comi igual!!! O nono foi o Tio Hermano, que se casou com a Tia Leta, era o mais alegre, e agora, emocionado, me lembro de ter ido ao seu casamento, e adorava tê-lo por perto, com sua presença energizante! Tiveram dois filhos, Raquel e Fernando, meus primos lá do Recife, com muito orgulho!
Outro dia falei com minha Tia Leta, ela está muito bem, Graças a Deus. Meu primo Sérgio (o mais velho), faz questão de reunir os descendentes da família Gargantini a cada dois anos, numa festa, onde nos reencontramos, confraternizamos e matamos a saudade! É muito bom, faço questão de que nossos descendentes conheçam nossas origens e nossa história.
Esta é a única forma de homenagear a minha família, que tanto amo, tios, avós, pais, primos e descendentes. Saudade!!!!
Soube que logo que ficaram adultos, se casaram, e tiveram 12 filhos, 3 dos quais faleceram no nascimento, de acordo com meu pai.
Naquela época, os filhos mais velhos eram os patriarcas familiares. O mais velho era meu Tio Isidro, que se casou com a Tia Morete e teve 3 filhos, Carlos, Sonia e Isidro Junior(infelizmente já falecido). A segunda, era a Tia Lídia, autoritária e mandona, que se casou com o Tio Alexandre, bonachão e bon vivant , tiveram um filho, o neto mais velho, Sérgio.
O terceiro, se não me engano na ordem cronológica, foi o Tio Batista, casado com a Tia Lívia, viva até hoje, um amor de pessoa! Tiveram dois filhos, minha prima Rose e meu primo Batistinha. O quarto, foi minha Tia Isilinda, que morreu solteirona. O quinto, foi minha Tia Ediwiges, que se casou com um descendente de alemães, que se chamava Theodoro, vulgo Tio Zalu, que um dia salvou minha vida no Rio Souzas. Tiveram 4 filhos: o mais velho, Henrique, infelizmente já falecido. A segunda filha, Silvia, e os gêmeos Roberto e Rodolfo, este último, também, já falecido.
O sexto filho foi meu pai, Orlando. Genial!!! Casou-se com a Lola, minha mãe(ô mulherzinha difícil...), e tiveram dois filhos: o mais velho, este que vos escreve, e o mais novo, o Maneco, já falecido. O sétimo foi o Tio Waldemar, que se casou com a Tia Antonieta, e tiveram 3 filhos: Maria José, Waldemar Junior e Maria da Graça.
O oitavo foi a Tia Cema, também morreu solteirona, mas cuidou dos sobrinhos como uma verdadeira mãezona. Fazia uma bracciola que nunca mais comi igual!!! O nono foi o Tio Hermano, que se casou com a Tia Leta, era o mais alegre, e agora, emocionado, me lembro de ter ido ao seu casamento, e adorava tê-lo por perto, com sua presença energizante! Tiveram dois filhos, Raquel e Fernando, meus primos lá do Recife, com muito orgulho!
Outro dia falei com minha Tia Leta, ela está muito bem, Graças a Deus. Meu primo Sérgio (o mais velho), faz questão de reunir os descendentes da família Gargantini a cada dois anos, numa festa, onde nos reencontramos, confraternizamos e matamos a saudade! É muito bom, faço questão de que nossos descendentes conheçam nossas origens e nossa história.
Esta é a única forma de homenagear a minha família, que tanto amo, tios, avós, pais, primos e descendentes. Saudade!!!!
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
ESPORTES
Outro dia, li no jornal, que o Clube de Regatas Tietê, do qual sou sócio remido, está para ser fechado e, saudoso como sou, minha mente logo me levou à década de 40...
Meu pai, operário na época, fazia questão que seus filhos praticassem esportes, por essa razão nos tornamos sócios do Tietê. Imaginem que não existiam as marginais, e o Clube Tietê tinha suas garagens náuticas à beira do rio.
O rio era limpo e saudável, cheio de curvas e lagoas, onde, depois de remar rio acima, mergulhávamos para nos refrescar...
Existiam pescadores, que pegavam bagres, cascudos e lambaris de rabo vermelho... a tilápia, de origem africana, ainda não tinha chegado...
Eu morava no Bom Retiro, na Rua Javaés, 239, uma casa modesta, mas cheia de amor. Diversas vezes ficamos ilhados pelas cheias do rio. Mas penso quão românticas eram aquelas cheias perto do que vemos hoje...
Frequentemente eu ia a pé pela várzea, até a garagem dos barcos, e pegava um catraia , um tipo de barco pesado, só para passeio. Se chegasse bem cedo, pegava um yole, um tipo de barco fino, leve, apenas para uma pessoa, e subia o rio. Quando conseguia pegar o yole, ao voltar, tinha que enxugá-lo e colocar de volta na sua prateleira da garagem náutica; aí, eu partia para meu desjejum:leite, aveia e marmelada... huuuummmmmmm.
Era no Clube de Regatas Tietê, que treinava a maior tenista do mundo: a brasileira Maria Esther Bueno. Recordo-me com orgulho de vê-la jogando, com sua saia plissada... além de ótima tenista, ela era uma morena espetacular para a época!
Estes são motivos que me deixam extremamente triste pelo fim do meu clube da infância e juventude. Por que tem que ser desta maneira??? Por quê?
Meu pai, operário na época, fazia questão que seus filhos praticassem esportes, por essa razão nos tornamos sócios do Tietê. Imaginem que não existiam as marginais, e o Clube Tietê tinha suas garagens náuticas à beira do rio.
O rio era limpo e saudável, cheio de curvas e lagoas, onde, depois de remar rio acima, mergulhávamos para nos refrescar...
Existiam pescadores, que pegavam bagres, cascudos e lambaris de rabo vermelho... a tilápia, de origem africana, ainda não tinha chegado...
Eu morava no Bom Retiro, na Rua Javaés, 239, uma casa modesta, mas cheia de amor. Diversas vezes ficamos ilhados pelas cheias do rio. Mas penso quão românticas eram aquelas cheias perto do que vemos hoje...
Frequentemente eu ia a pé pela várzea, até a garagem dos barcos, e pegava um catraia , um tipo de barco pesado, só para passeio. Se chegasse bem cedo, pegava um yole, um tipo de barco fino, leve, apenas para uma pessoa, e subia o rio. Quando conseguia pegar o yole, ao voltar, tinha que enxugá-lo e colocar de volta na sua prateleira da garagem náutica; aí, eu partia para meu desjejum:leite, aveia e marmelada... huuuummmmmmm.
Era no Clube de Regatas Tietê, que treinava a maior tenista do mundo: a brasileira Maria Esther Bueno. Recordo-me com orgulho de vê-la jogando, com sua saia plissada... além de ótima tenista, ela era uma morena espetacular para a época!
Estes são motivos que me deixam extremamente triste pelo fim do meu clube da infância e juventude. Por que tem que ser desta maneira??? Por quê?
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
COMPARAÇÕES
Acho que não adianta muito comparar o passado com os dias de hoje. Mas não posso deixar que passe despercebida a grande diferença do ensino de 60 anos atrás com o ensino da atualidade. Talvez esteja aí a raiz de vários problemas brasileiros...
Nos anos 40, não existiam creches ou maternais, os meninos e meninas começavam a estudar no primeiro ano primário. Em 1946, fui matriculado no Liceu Sagrado Coração de Jesus, colégio tradicional e, obviamente, católico.
Meu primeiro professor chamava-se Professor Nolasco. Ele só entrava na classe de terno e gravata, elegantemente vestido, e impunha um respeito quase assustador... Lembro-me que tínhamos aulas de Latim, Francês, Inglês e, principalmente, de uma matéria que andou sumida dos currículos escolares: civilidade.
Quando vejo os professores de hoje, de jeans e tênis, com salários baixíssimos, com formação inadequada, sofrendo violências de todos os tipos nas salas de aula, me pergunto: onde foi parar a civilidade? Quem acabou com ela, a classe política, os governantes, a quem não interessa que o povo adquira cultura e tenha civilidade?
Moro em Santos, em frente à praia, sou um privilegiado... porém, quando acordo pela manhã, e vejo a situação da praia, com toneladas de lixo espalhadas sobre a areia pelos banhistas que se foram, tenho vontade de chorar, e clamar por aulas de civilidade.
Ao povo, o que falta é educação, no seu mais profundo sentido... que pena!!!
Nos anos 40, não existiam creches ou maternais, os meninos e meninas começavam a estudar no primeiro ano primário. Em 1946, fui matriculado no Liceu Sagrado Coração de Jesus, colégio tradicional e, obviamente, católico.
Meu primeiro professor chamava-se Professor Nolasco. Ele só entrava na classe de terno e gravata, elegantemente vestido, e impunha um respeito quase assustador... Lembro-me que tínhamos aulas de Latim, Francês, Inglês e, principalmente, de uma matéria que andou sumida dos currículos escolares: civilidade.
Quando vejo os professores de hoje, de jeans e tênis, com salários baixíssimos, com formação inadequada, sofrendo violências de todos os tipos nas salas de aula, me pergunto: onde foi parar a civilidade? Quem acabou com ela, a classe política, os governantes, a quem não interessa que o povo adquira cultura e tenha civilidade?
Moro em Santos, em frente à praia, sou um privilegiado... porém, quando acordo pela manhã, e vejo a situação da praia, com toneladas de lixo espalhadas sobre a areia pelos banhistas que se foram, tenho vontade de chorar, e clamar por aulas de civilidade.
Ao povo, o que falta é educação, no seu mais profundo sentido... que pena!!!
sábado, 20 de fevereiro de 2010
A TECNOLOGIA
Engraçados os novos tempos, para quem tem quase 70 anos e cuidou do pai dos 92 aos 95 anos, e presenciou o pai se viciar em computador (jogava paciência, num CD com 100 diferentes tipos de jogos).
Ele ficava três, quatro horas na frente da telinha e, quando saía, reclamava que os olhos estavam ardendo e se sentia meio “tonto”. Aí me pedia para levá-lo ao oculista, para descobrir o que estava acontecendo, mas com um detalhe: ele já havia operado as duas vistas(catarata), e lia o jornal inteiro pela manhã, sem óculos!!!
Quando finalmente eu o levei ao oftalmologista, levou uma baita bronca: o médico o aconselhou a parar, por pelo menos 15 minutos, a cada hora que ficasse em frente ao computador. Saímos de lá e ele me disse que o médico não entendia de nada...
Hoje recordo o tempo em que os escritórios faziam barulhos intermitentes de máquinas de escrever, Olivetti, Remington, etc... Muitos jovens nem imaginam o que era isso!!!! Quando foram lançadas as máquinas elétricas, então, foi o maior sucesso!
Entretanto, na atualidade, você entra em qualquer empresa, ou bancos, e vê todo mundo olhando para uma telinha. Você se senta, e fica aguardando, sem ouvir nenhum barulho!!! Se o sistema cair, a pessoa se levanta, vai tomar um café ou bater papo, e sequer pergunta o que você está fazendo ali...
Esta é a maravilha da tecnologia... O “admirável mundo novo”. “Como será o amanhã? Responda quem puder...”
Ele ficava três, quatro horas na frente da telinha e, quando saía, reclamava que os olhos estavam ardendo e se sentia meio “tonto”. Aí me pedia para levá-lo ao oculista, para descobrir o que estava acontecendo, mas com um detalhe: ele já havia operado as duas vistas(catarata), e lia o jornal inteiro pela manhã, sem óculos!!!
Quando finalmente eu o levei ao oftalmologista, levou uma baita bronca: o médico o aconselhou a parar, por pelo menos 15 minutos, a cada hora que ficasse em frente ao computador. Saímos de lá e ele me disse que o médico não entendia de nada...
Hoje recordo o tempo em que os escritórios faziam barulhos intermitentes de máquinas de escrever, Olivetti, Remington, etc... Muitos jovens nem imaginam o que era isso!!!! Quando foram lançadas as máquinas elétricas, então, foi o maior sucesso!
Entretanto, na atualidade, você entra em qualquer empresa, ou bancos, e vê todo mundo olhando para uma telinha. Você se senta, e fica aguardando, sem ouvir nenhum barulho!!! Se o sistema cair, a pessoa se levanta, vai tomar um café ou bater papo, e sequer pergunta o que você está fazendo ali...
Esta é a maravilha da tecnologia... O “admirável mundo novo”. “Como será o amanhã? Responda quem puder...”
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
A MACARRONADA
Até hoje sou um apaixonado por macarronadas, com molhos vermelhos, mas principalmente à bolonhesa. Tive o privilégio de ter uma mãe que fazia o macarrão na mão, e com um molho que hummmmmmmmm, hoje não tem sabor igual, já que mamãe não está mais entre nós, infelizmente!
Lembro-me com saudade e alegria de um episódio de minha infância, em que eu só queria comer macarronada. Minha mãe me perguntava:o que quer comer hoje? Macarronada, à bolonhesa. E amanhã? Macarronada, à bolonhesa. E no domingo? Macarronada, à bolonhesa.... ufa!!!
Minha mãe jurou que ia fazer todos os dias a dita-cuja, até que eu me enjoasse e pedisse para parar de fazer. Eu chegava da escola todo dia e falava pra minha mãe: o macarrão está pronto? Ela, então, colocava no prato e me servia, até eu me “entupir” da massa e sair da mesa, feliz!
Eu não sabia que estava causando um “stress” na mamãe, depois descobri que ela não aguentava mais fazer macarrão!!!
Um belo dia, eu cheguei da escola, fiz a célebre pergunta:o macarrão está pronto?a Mamãe disse que sim, e quando me sentei para almoçar, ela pegou o prato com macarrão e deu com ele na minha cabeça!!! Só que ela nunca podia imaginar que o prato se partiria em dois, e eu com aquela cara de assustado, e o macarrão, o molho, e o queijo parmesão escorrendo pelo meu rosto, pelos ombros, enchendo o bolso da camisa...
Levantei-me assustado e fui para o banheiro tomar banho, mas pelo caminho ainda fui saboreando os bocados que estavam na roupa... por sinal, aquela macarronada estava deliciosa! Depois do banho voltei para a cozinha e encontrei a mamãe chorando de remorsos, me pedindo desculpas e me estendendo outro prato pronto, feito com muito carinho.
Descobri que macarrão à bolonhesa com remorso, é mais gostoso!!! Beijos mamãe!!!!
Lembro-me com saudade e alegria de um episódio de minha infância, em que eu só queria comer macarronada. Minha mãe me perguntava:o que quer comer hoje? Macarronada, à bolonhesa. E amanhã? Macarronada, à bolonhesa. E no domingo? Macarronada, à bolonhesa.... ufa!!!
Minha mãe jurou que ia fazer todos os dias a dita-cuja, até que eu me enjoasse e pedisse para parar de fazer. Eu chegava da escola todo dia e falava pra minha mãe: o macarrão está pronto? Ela, então, colocava no prato e me servia, até eu me “entupir” da massa e sair da mesa, feliz!
Eu não sabia que estava causando um “stress” na mamãe, depois descobri que ela não aguentava mais fazer macarrão!!!
Um belo dia, eu cheguei da escola, fiz a célebre pergunta:o macarrão está pronto?a Mamãe disse que sim, e quando me sentei para almoçar, ela pegou o prato com macarrão e deu com ele na minha cabeça!!! Só que ela nunca podia imaginar que o prato se partiria em dois, e eu com aquela cara de assustado, e o macarrão, o molho, e o queijo parmesão escorrendo pelo meu rosto, pelos ombros, enchendo o bolso da camisa...
Levantei-me assustado e fui para o banheiro tomar banho, mas pelo caminho ainda fui saboreando os bocados que estavam na roupa... por sinal, aquela macarronada estava deliciosa! Depois do banho voltei para a cozinha e encontrei a mamãe chorando de remorsos, me pedindo desculpas e me estendendo outro prato pronto, feito com muito carinho.
Descobri que macarrão à bolonhesa com remorso, é mais gostoso!!! Beijos mamãe!!!!
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
AMIGOS
São poucos os que nos acompanham até o final da nossa existência... Embora tenha tido muitos, que pensava serem leais e sinceros, restaram-me apenas três.
Vai aqui uma homenagem a eles. Nos falamos e nos vemos muito pouco, infelizmente, mas eu os considero amigos de infância.
Faço questão de nominá-los, pois esta é uma forma de homenagem por toda esta vida que se passou. Geraldo Cunha, uma figura com quem mais converso. José Silveira Clemente, vulgo "Bodão", que, após 50 anos veio comer uma macarronada comigo, além de ser meu compadre desde a juventude. E, Ídolo Marchetti de Carvalho, que também, após 50 anos veio me visitar e ver meu pai em seus dias finais... Parece patético, mas o conforto que essas visitas me proporcionaram e o carinho, foram muito importantes para mim. Além das boas recordações, como diz minha mulher, descrever estes momentos faz bem para a alma!!! Quando chegamos ao nosso "limiar", ver e conversar com velhos amigos preenche muitos vazios. Estas linhas são para agradecer vocês, meus amigos, e saudoso deixo aqui a admiração e o respeito que todo este tempo de amizade nos honrou. Muito obrigado! Saudade do Saudoso!
Vai aqui uma homenagem a eles. Nos falamos e nos vemos muito pouco, infelizmente, mas eu os considero amigos de infância.
Faço questão de nominá-los, pois esta é uma forma de homenagem por toda esta vida que se passou. Geraldo Cunha, uma figura com quem mais converso. José Silveira Clemente, vulgo "Bodão", que, após 50 anos veio comer uma macarronada comigo, além de ser meu compadre desde a juventude. E, Ídolo Marchetti de Carvalho, que também, após 50 anos veio me visitar e ver meu pai em seus dias finais... Parece patético, mas o conforto que essas visitas me proporcionaram e o carinho, foram muito importantes para mim. Além das boas recordações, como diz minha mulher, descrever estes momentos faz bem para a alma!!! Quando chegamos ao nosso "limiar", ver e conversar com velhos amigos preenche muitos vazios. Estas linhas são para agradecer vocês, meus amigos, e saudoso deixo aqui a admiração e o respeito que todo este tempo de amizade nos honrou. Muito obrigado! Saudade do Saudoso!
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
NOSTALGIA
Era o ano de 1960, a esquina da Avenida Ipiranga com a Avenida São João era o centro da atenção dos paulistanos. Caetano ainda não havia cantado seu famoso sucesso SAMPA, mas lá já existiam os “Taxi Dancers” Maravilhoso e o Avenida. Também lá existiam o Bar Brahma (que existe até hoje), o Cine Metro, o Cine Marabá e o Cine Ipiranga, cinemas-referência em São Paulo.
Estes lugares, ponto de encontro da juventude da época, e de muitos homens elegantes, todos trajando terno e gravata. Não me lembro de ter visto assaltos ou furtos naqueles pedaços. Logo ali ficava a Praça da República, local onde comemoramos muito a primeira copa do mundo conquistada pelo Brasil, nos idos de 1958, pelo time de Pelé e companhia. Lá ficamos jogando futebol pelas ruas, esperando nossos craques, para comemorar ainda mais...
Era muita paz e harmonia, afinal São Paulo não tinha sequer dois milhões de habitantes. A sede do Governo estadual era o Palácio Campos Elíseos. Nós podíamos caminhar por todas aquelas ruas, a qualquer hora, tranquilamente, pois não havia nada a temer.
Muito bons aqueles tempos... embora eu adore minha cidade, São Paulo, hoje, morando em Santos, confesso que tenho medo de ir até lá, principalmente pelos níveis de violência. Se depender de minha vontade, nunca mais morarei em São Paulo, mas aproveito a nostalgia para relembrar muitas coisas!
Estes lugares, ponto de encontro da juventude da época, e de muitos homens elegantes, todos trajando terno e gravata. Não me lembro de ter visto assaltos ou furtos naqueles pedaços. Logo ali ficava a Praça da República, local onde comemoramos muito a primeira copa do mundo conquistada pelo Brasil, nos idos de 1958, pelo time de Pelé e companhia. Lá ficamos jogando futebol pelas ruas, esperando nossos craques, para comemorar ainda mais...
Era muita paz e harmonia, afinal São Paulo não tinha sequer dois milhões de habitantes. A sede do Governo estadual era o Palácio Campos Elíseos. Nós podíamos caminhar por todas aquelas ruas, a qualquer hora, tranquilamente, pois não havia nada a temer.
Muito bons aqueles tempos... embora eu adore minha cidade, São Paulo, hoje, morando em Santos, confesso que tenho medo de ir até lá, principalmente pelos níveis de violência. Se depender de minha vontade, nunca mais morarei em São Paulo, mas aproveito a nostalgia para relembrar muitas coisas!
O "lagartixa"
Para quem não sabe, ou não é desta época, tenho que esclarecer duas coisas: nos idos de 1950 a 1960, existiam estabelecimentos em São Paulo, onde as pessoas iam para dançar, que se chamavam “Taxi Girls”. Lá, as balairinas sentavam ao redor da pista, e aguardavam os cavalheiros, que as tiravam para dançar. O cavalheiro recebia um cartão com números de 1 a 60 (minutos) na sua chegada. Após dançar com uma bailarina, esta anotava o tempo no cartão e informava o fiscal, que picotava o cartão, que seria pago pelo cliente na saída.
Às vezes, o salão ficava vazio, e os clientes, envergonhados, não saíam para dançar. Era aí que os rapazes, bem apessoados, e escolhidos pela gerência, entravam na pista para “fazer número” no salão e atrair os clientes. Como esses rapazes ficavam encostados o tempo todo na parede, foram apelidados de “lagartixas”. Eu fui um “lagartixa”, e embora pareça cômico para quem não viveu aqueles tempos, isso me transformou em um exímio dançarino, além de tornar-me um namorador sem igual... Sinto saudade , e quero que meus netos sempre se lembrem do seu avô com humor, e por ter sido um grande dançarino, apesar de ficar preso à parede durante tanto tempo.....
Às vezes, o salão ficava vazio, e os clientes, envergonhados, não saíam para dançar. Era aí que os rapazes, bem apessoados, e escolhidos pela gerência, entravam na pista para “fazer número” no salão e atrair os clientes. Como esses rapazes ficavam encostados o tempo todo na parede, foram apelidados de “lagartixas”. Eu fui um “lagartixa”, e embora pareça cômico para quem não viveu aqueles tempos, isso me transformou em um exímio dançarino, além de tornar-me um namorador sem igual... Sinto saudade , e quero que meus netos sempre se lembrem do seu avô com humor, e por ter sido um grande dançarino, apesar de ficar preso à parede durante tanto tempo.....
A vida (fácil?) como ela é...
Nos idos de 1950, existia (ainda existem) dois colégios na região do Bom Retiro, bairro de São Paulo. O primeiro, de meninos, chamado Liceu Coração de Jesus, ficava na Alameda Dino Bueno. O segundo, de meninas, chamado Colégio de Santa Inês, ficava na Rua Três Rios, em frente à antiga Faculdade de Odontologia. A distância entre ambos não passava de seis quarteirões.
Porém, o mais curioso é que entre os dois colégios rigorosamente religiosos, havia duas ruas pequenas e sem saída. A primeira, para baixo do Liceu, chamava-se Rua Itaboca e, paralelamente a ela, mais abaixo, ficava a Rua Aymorés. O paradoxo é que as duas ruas, entre os dois colégios mais religiosos de São Paulo à época, eram ruas de prostituição(também conhecida como “vida fácil”), descaradamente explorada por todo o tipo de gente que atua nesta, que é a mais antiga das profissões.... Sem ter noção do que ocorria nestas ruas, as meninas sempre subiam a Rua Silva Pinto do lado esquerdo e os meninos a desciam pelo lado direito para dirigirem-se aos respectivos colégios.
Em um dia que não me recordo qual era, quando eu estava descendo para pegar o bonde, após as aulas, vi que havia um bloqueio nas duas ruas de prostituição, feito pela antiga Força Pública. A Cavalaria estava lá por ordem do governo estadual – na época o governador era o sr. Lucas Nogueira Garcês. Ele ordenou que acabassem com todos os prostíbulos, e eu fiquei parado, olhando a violência e ouvindo gritos de homens e mulheres em protesto contra tal medida. O fato é que, fechando os prostíbulos não significava acabar com a “vida fácil”, que por sinal não é nada fácil, simplesmente mudaram de endereço e a profissão mais antiga do mundo prevalece até hoje...
Embora eu sinta saudades daquela época de colégio, temo que outros governos venham a agir desta maneira para acabar com os desejos dos povos... Há que se cuidar!
Porém, o mais curioso é que entre os dois colégios rigorosamente religiosos, havia duas ruas pequenas e sem saída. A primeira, para baixo do Liceu, chamava-se Rua Itaboca e, paralelamente a ela, mais abaixo, ficava a Rua Aymorés. O paradoxo é que as duas ruas, entre os dois colégios mais religiosos de São Paulo à época, eram ruas de prostituição(também conhecida como “vida fácil”), descaradamente explorada por todo o tipo de gente que atua nesta, que é a mais antiga das profissões.... Sem ter noção do que ocorria nestas ruas, as meninas sempre subiam a Rua Silva Pinto do lado esquerdo e os meninos a desciam pelo lado direito para dirigirem-se aos respectivos colégios.
Em um dia que não me recordo qual era, quando eu estava descendo para pegar o bonde, após as aulas, vi que havia um bloqueio nas duas ruas de prostituição, feito pela antiga Força Pública. A Cavalaria estava lá por ordem do governo estadual – na época o governador era o sr. Lucas Nogueira Garcês. Ele ordenou que acabassem com todos os prostíbulos, e eu fiquei parado, olhando a violência e ouvindo gritos de homens e mulheres em protesto contra tal medida. O fato é que, fechando os prostíbulos não significava acabar com a “vida fácil”, que por sinal não é nada fácil, simplesmente mudaram de endereço e a profissão mais antiga do mundo prevalece até hoje...
Embora eu sinta saudades daquela época de colégio, temo que outros governos venham a agir desta maneira para acabar com os desejos dos povos... Há que se cuidar!
Assinar:
Postagens (Atom)