E não berra mesmo, pois vi com meus próprios olhos esta verdade!
Em 1952, eu tinha 12 anos, e, num sábado, fui com meu avô Guilherme na casa do meu tio Batista, casado com minha tia Lívia, um amor de pessoa, e tinham dois filhos, meus primos Rose e Batistinha (apelidos). Gostava e ainda gosto muito deles... Lembro-me como se fosse hoje, minha tia Lívia tinha feito uma DOBRADINHA INIGUALÁVEL, com muito esmero, passei a adorar aquela iguaria, e a preparo até hoje... depois do que vou contar agora, nós nos “fartamos” com a dobradinha...
Eu nem imaginava o que meu avô ia fazer, pois ele estava de terno preto e gravata, com uma linda camisa branca...
Quando chegamos, depois de uma subida cansativa(se não me engano, era a rua General Osório), lá em cima, meu avô tirou o paletó, arregaçou as mangas da camisa, colocou a gravata dentro da mesma, e fomos ao quintal da casa, onde nos fundos, atrás de umas grades, tinha um cabrito marrom, bem grande.
Qual não foi minha surpresa, quando ele amarrou as duas patas traseiras do cabrito, e pendurou o mesmo em uma árvore; depois tirou uma faca, não sei de onde, pisou na cabeça do bicho, e cortou seu pescoço sem a menor piedade, bem na minha frente... Fiquei horrorizado, mas não pude deixar de admirar a destreza do meu querido avô. O bicho não deu um MÉÉÉÉÉÉ, era um bom cabrito.
Aí ele pendurou o cabrito mais alto, tirou o “casaco” do bicho, quero dizer, a pele. Incrível, mas não tinha uma gota de sangue nas suas roupas impecáveis. Sua habilidade era impressionante!! após ele esquartejar o animal, todos lavamos as mãos, e fomos comer a dobradinha da tia Lívia, digna dos deuses.
Após um breve descanso, voltamos para a casa do meu avô, o que foi bem mais fácil, pois era descida... chegando lá, encontrei meu pai, que tinha vindo de São Paulo com a triste noticia de que eu tinha sido reprovado na segunda série ginasial. Ai como eu não era cabrito, eu BERREI, mas por pouco tempo.
Outro dia, conversando com a prima Rose pelo telefone, ela disse que lembrava deste dia, minha testemunha da mais alta qualidade!!
Minha tia Lívia ainda está entre nós, esta é uma homenagem a ela, com meu carinho e meu amor! Meu avô Guilherme, saudades!!!!
P.S.: esqueci de dizer que meu Tio Batista morava ao lado de um pensionato de noviças e, quando eu e o Batistinha íamos ao banheiro, podíamos olhar o banheiro delas, então, sempre esperávamos na surdina, para ver se tinha alguma pelada...rsrsrsrs
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