Ele chamava-se Manoel, nasceu em Portugal, e chegou ao Brasil menino ainda. Quando se tornou adulto, conheceu e casou-se com uma italiana que ainda considero uma santa: Vovó Evelina!
Foi meu padrinho de batismo, e fazia questão que eu o chamasse sempre de Padrinho. Quando comecei meus estudos, era muito comum entre os colegas de escola, ouvir e reproduzir piadas de portugueses.
Numa de minhas viagens a Santos, para visitar meus avós, eu, que queria me exibir, contei uma piada de português, todos deram risada e eu fiquei muito orgulhoso... mas... aí veio o “presta atenção” do Padrinho:
“Neto(meu apelido), vou te falar uma coisa: português nasce em Portugal, mas burro nasce em qualquer lugar do mundo!”
Eu não tinha idade na época para compreender o significado daquela frase. Hoje eu entendo perfeitamente suas palavras, pois, com a globalização, você acompanha diariamente, online e real time todas as atrocidades e os absurdos que os seres humanos praticam...
Crianças morrendo de fome; homens-bomba se explodindo em atentados infames; homens que conseguem o poder e tentam levar seu povo ao fanatismo religioso; homens que querem ficar eternamente no poder; homens que quando finalmente deixam o poder, também deixam ruínas que demoram gerações para serem reerguidas, quando o conseguem. Homens querendo destruir o mundo, não se importando que eles e seus descendentes também serão destruídos... torcidas de jovens depredando, usando de uma violência tão intensa, capaz de destruir vidas, após um simples jogo de futebol.
Meu velho e saudoso Padrinho, você estava coberto de razão: O “Burro” nasce no mundo todo, sempre nasceu e vai continuar nascendo...
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