FELIZ 2011!!!!! - vejam o reflexo dos fogos no mar!!!

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Santos - SP - na virada

segunda-feira, 19 de abril de 2010

A PESCARIA...

Desde muito jovem, sempre adorei pescar. Quando aqui morava, em 1948, e cursava o segundo ano primário na Rua da Paz, esquina da Bartolomeu de Gusmão(não existe mais a escola), eu ficava na casa dos meus avós maternos, na Rua Minas Gerais, 108 – éramos vizinhos do Athiê Jorge Cury, famoso político da região, na época.

Sempre que possível, pegava minha varinha, minhas iscas, e ia na ponte do Canal 3 jogar minha linha. Não existia a poluição que existe hoje (lamentável o que fizeram com nossas águas), e eu podia pescar robalinhos, pernas-de-moça e pescadinhas, e então chegava orgulhoso em casa com minhas pescarias.

Gostava de pescar também na Ponta da Praia, principalmente no pontão das balsas. A dificuldade é que o bonde só ia até o Clube de Regatas, dali até o pontão das balsas eu tinha que ir a pé, e na areia, o que era muito cansativo.

Eu saía pela manhã e só voltava à noite, sempre com peixe para o jantar ou o almoço do dia seguinte. Detalhe: sempre limpei meus peixes, mania que carrego até hoje.

Já depois de casado, continuei a amar a pescaria, e encontrei em dois cunhados, o Onofre e o Nane(falecido, infelizmente), dois parceiros muito bons, tanto como amigos, quanto como pescadores.

No início nós íamos pescar no “casqueiro”, em Cubatão, onde alugava-mos um barco e saíamos pelos canais em busca de nossos robalos. De repente fiquei sabendo que na Ponta da Praia alugavam traineiras com pilotos para pesca em alto-mar. Para facilitar, meu cunhado Onofre comprou um apartamento na divisa com Santos e São Vicente, onde nos reuníamos em família.

Dali, alugávamos as traineiras para pescar em alto-mar e normalmente embarcávamos na Ponte dos Práticos, e íamos até o primeiro, segundo ou terceiro “cascalhos”, como eram chamados os pontos de pesca. Normalmente íamos apenas os três: Onofre, Nane e eu. Mas, eis que um belo dia de um final de semana, um outro cunhado, chamado Amadeu, quis ir com a gente. Explicamos que aquilo não era brincadeira, pois o enjôo marítimo é brutal por natureza. Mas ele não desistiu e quis ir conosco de qualquer maneira.

Era um belo sábado e lá fomos nós pegar a traineira na Ponta da Praia, paramos para tomar um café e conhecemos o pai do Pelé, o “Dondinho”, que estava lá. Depois do café, subimos a bordo da traineira e nos lançamos ao mar, lépidos e faceiros...

Só que quando a traineira começou a enfrentar o mari, depois da Ilha das Palmas, meu cunhado Amadeu começou a se sentir muito mal, e queria voltar, mas eu me recusei, pois ele tinha sido avisado e insistiu em ir... Quando chegamos no terceiro cascalho, onde se via parte da Praia Grande e parte do Guarujá, o barco apoitou, isto é, parou, e ele voltou a se sentir muito mal.

Na cabeça dele, se ele desse um mergulho, ele se sentiria melhor, ele era carioca e pensava desta forma, mas ninguém acreditou que ele fosse mergulhar no mar alto. De repente ouvimos um “tchau” e um “tchibum” – ele mergulhou...!!!! Quando emergiu, já estava a uns 20 metros do barco, pois a correnteza o havia levado.

Meu cunhado Nane jogou para ele um carretel de linha cem, mas não era suficiente para segurá-lo e eu tive que cortar a linha... dois minutos depois não o vimos mais, pois a marola era grande e quando ele abaixava o barco subia. O desespero era total, fomos recolher a poita (âncora), mas era tão longa, e eu fiz tanta força que tive um problema que me gerou 15 dias de hospital(depois conto melhor o que aconteceu). Após recolher a poita, começamos a navegar em círculos e não o achamos mais.

Estávamos a três horas do ponto de partida, e o desespero tomou conta de todos nós, após algumas horas de procura, desistimos e voltamos para a ponte dos práticos para avisar a polícia marítima e tentar achar o corpo.

Qual não foi nossa surpresa quando chegamos na ponte e ele lá estava, sentado, nos esperando. Foi uma sensação de alegria e raiva, já que ele tinha nos dado um grande susto e não ouviu nossas recomendações... queríamos dar uma “surra” nele, voltamos para São Paulo sem trocar uma palavra, pois a raiva era muita...

Mas o destino é o destino, e com ele, infelizmente foi implacável: três anos depois do ocorrido, ele foi assaltado, e levou três tiros na cabeça...

Moral da história: o que o mar não leva, a terra não perdoa!!!

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