Meu pai me disse um dia: “meu filho, quem fala o que quer, escuta o que não quer”. Estive pensando:se me proponho a escrever alguma coisa, espero que alguém leia, e quem fala também espera que alguém escute, pois, do contrário, o mundo seria um hospício...
Brasília, nossa capital, fará 50 anos em abril... Lembro-me quando de sua inauguração... Todos os finais de semana, naquela época, eu vestia meu único terno azul-marinho, colocava gravata, e ia encontrar meus amigos em frente ao Cine Metro, na Avenida São João – ali era nosso ponto de encontro para paquerar as meninas. Eu tinha 20 anos, quando, numa tarde de sábado, estávamos num grupo de jovens, e era comum dirigir gracejos às “moçoilas” que passavam.
Nesta mesma tarde, vinha vindo uma linda jovem, carregando um violão nas costas, e eu, metido a galanteador brincalhão, me dirigi a ela, e falei: “queria ver se fosse um piano!”. Qual não foi minha surpresa, quando ela parou, olhou para mim, e disse: “eu arrumava um burro como você para carregar!”, e foi embora.
Desnecessário dizer que a gozação do grupo foi geral, o que fez com que eu ficasse 15 dias sem aparecer no ponto...
Aí, sim, foi que dei valor às sábias palavras de meu pai, e dali para frente, sempre procurei falar o que as pessoas querem ouvir. Agora escrevo histórias, espero que as pessoas queiram ler com alegria e satisfação.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
MINHAS ORIGENS
Conheci meus avós paternos, Vó Rosa e Vô Guilherme, e soube da história de vida deles pelo meu pai e meus tios. Eles vieram da Itália ainda pequenos, e foram morar com seus pais, que vieram para colher café no interior de São Paulo, em Descalvado.
Soube que logo que ficaram adultos, se casaram, e tiveram 12 filhos, 3 dos quais faleceram no nascimento, de acordo com meu pai.
Naquela época, os filhos mais velhos eram os patriarcas familiares. O mais velho era meu Tio Isidro, que se casou com a Tia Morete e teve 3 filhos, Carlos, Sonia e Isidro Junior(infelizmente já falecido). A segunda, era a Tia Lídia, autoritária e mandona, que se casou com o Tio Alexandre, bonachão e bon vivant , tiveram um filho, o neto mais velho, Sérgio.
O terceiro, se não me engano na ordem cronológica, foi o Tio Batista, casado com a Tia Lívia, viva até hoje, um amor de pessoa! Tiveram dois filhos, minha prima Rose e meu primo Batistinha. O quarto, foi minha Tia Isilinda, que morreu solteirona. O quinto, foi minha Tia Ediwiges, que se casou com um descendente de alemães, que se chamava Theodoro, vulgo Tio Zalu, que um dia salvou minha vida no Rio Souzas. Tiveram 4 filhos: o mais velho, Henrique, infelizmente já falecido. A segunda filha, Silvia, e os gêmeos Roberto e Rodolfo, este último, também, já falecido.
O sexto filho foi meu pai, Orlando. Genial!!! Casou-se com a Lola, minha mãe(ô mulherzinha difícil...), e tiveram dois filhos: o mais velho, este que vos escreve, e o mais novo, o Maneco, já falecido. O sétimo foi o Tio Waldemar, que se casou com a Tia Antonieta, e tiveram 3 filhos: Maria José, Waldemar Junior e Maria da Graça.
O oitavo foi a Tia Cema, também morreu solteirona, mas cuidou dos sobrinhos como uma verdadeira mãezona. Fazia uma bracciola que nunca mais comi igual!!! O nono foi o Tio Hermano, que se casou com a Tia Leta, era o mais alegre, e agora, emocionado, me lembro de ter ido ao seu casamento, e adorava tê-lo por perto, com sua presença energizante! Tiveram dois filhos, Raquel e Fernando, meus primos lá do Recife, com muito orgulho!
Outro dia falei com minha Tia Leta, ela está muito bem, Graças a Deus. Meu primo Sérgio (o mais velho), faz questão de reunir os descendentes da família Gargantini a cada dois anos, numa festa, onde nos reencontramos, confraternizamos e matamos a saudade! É muito bom, faço questão de que nossos descendentes conheçam nossas origens e nossa história.
Esta é a única forma de homenagear a minha família, que tanto amo, tios, avós, pais, primos e descendentes. Saudade!!!!
Soube que logo que ficaram adultos, se casaram, e tiveram 12 filhos, 3 dos quais faleceram no nascimento, de acordo com meu pai.
Naquela época, os filhos mais velhos eram os patriarcas familiares. O mais velho era meu Tio Isidro, que se casou com a Tia Morete e teve 3 filhos, Carlos, Sonia e Isidro Junior(infelizmente já falecido). A segunda, era a Tia Lídia, autoritária e mandona, que se casou com o Tio Alexandre, bonachão e bon vivant , tiveram um filho, o neto mais velho, Sérgio.
O terceiro, se não me engano na ordem cronológica, foi o Tio Batista, casado com a Tia Lívia, viva até hoje, um amor de pessoa! Tiveram dois filhos, minha prima Rose e meu primo Batistinha. O quarto, foi minha Tia Isilinda, que morreu solteirona. O quinto, foi minha Tia Ediwiges, que se casou com um descendente de alemães, que se chamava Theodoro, vulgo Tio Zalu, que um dia salvou minha vida no Rio Souzas. Tiveram 4 filhos: o mais velho, Henrique, infelizmente já falecido. A segunda filha, Silvia, e os gêmeos Roberto e Rodolfo, este último, também, já falecido.
O sexto filho foi meu pai, Orlando. Genial!!! Casou-se com a Lola, minha mãe(ô mulherzinha difícil...), e tiveram dois filhos: o mais velho, este que vos escreve, e o mais novo, o Maneco, já falecido. O sétimo foi o Tio Waldemar, que se casou com a Tia Antonieta, e tiveram 3 filhos: Maria José, Waldemar Junior e Maria da Graça.
O oitavo foi a Tia Cema, também morreu solteirona, mas cuidou dos sobrinhos como uma verdadeira mãezona. Fazia uma bracciola que nunca mais comi igual!!! O nono foi o Tio Hermano, que se casou com a Tia Leta, era o mais alegre, e agora, emocionado, me lembro de ter ido ao seu casamento, e adorava tê-lo por perto, com sua presença energizante! Tiveram dois filhos, Raquel e Fernando, meus primos lá do Recife, com muito orgulho!
Outro dia falei com minha Tia Leta, ela está muito bem, Graças a Deus. Meu primo Sérgio (o mais velho), faz questão de reunir os descendentes da família Gargantini a cada dois anos, numa festa, onde nos reencontramos, confraternizamos e matamos a saudade! É muito bom, faço questão de que nossos descendentes conheçam nossas origens e nossa história.
Esta é a única forma de homenagear a minha família, que tanto amo, tios, avós, pais, primos e descendentes. Saudade!!!!
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
ESPORTES
Outro dia, li no jornal, que o Clube de Regatas Tietê, do qual sou sócio remido, está para ser fechado e, saudoso como sou, minha mente logo me levou à década de 40...
Meu pai, operário na época, fazia questão que seus filhos praticassem esportes, por essa razão nos tornamos sócios do Tietê. Imaginem que não existiam as marginais, e o Clube Tietê tinha suas garagens náuticas à beira do rio.
O rio era limpo e saudável, cheio de curvas e lagoas, onde, depois de remar rio acima, mergulhávamos para nos refrescar...
Existiam pescadores, que pegavam bagres, cascudos e lambaris de rabo vermelho... a tilápia, de origem africana, ainda não tinha chegado...
Eu morava no Bom Retiro, na Rua Javaés, 239, uma casa modesta, mas cheia de amor. Diversas vezes ficamos ilhados pelas cheias do rio. Mas penso quão românticas eram aquelas cheias perto do que vemos hoje...
Frequentemente eu ia a pé pela várzea, até a garagem dos barcos, e pegava um catraia , um tipo de barco pesado, só para passeio. Se chegasse bem cedo, pegava um yole, um tipo de barco fino, leve, apenas para uma pessoa, e subia o rio. Quando conseguia pegar o yole, ao voltar, tinha que enxugá-lo e colocar de volta na sua prateleira da garagem náutica; aí, eu partia para meu desjejum:leite, aveia e marmelada... huuuummmmmmm.
Era no Clube de Regatas Tietê, que treinava a maior tenista do mundo: a brasileira Maria Esther Bueno. Recordo-me com orgulho de vê-la jogando, com sua saia plissada... além de ótima tenista, ela era uma morena espetacular para a época!
Estes são motivos que me deixam extremamente triste pelo fim do meu clube da infância e juventude. Por que tem que ser desta maneira??? Por quê?
Meu pai, operário na época, fazia questão que seus filhos praticassem esportes, por essa razão nos tornamos sócios do Tietê. Imaginem que não existiam as marginais, e o Clube Tietê tinha suas garagens náuticas à beira do rio.
O rio era limpo e saudável, cheio de curvas e lagoas, onde, depois de remar rio acima, mergulhávamos para nos refrescar...
Existiam pescadores, que pegavam bagres, cascudos e lambaris de rabo vermelho... a tilápia, de origem africana, ainda não tinha chegado...
Eu morava no Bom Retiro, na Rua Javaés, 239, uma casa modesta, mas cheia de amor. Diversas vezes ficamos ilhados pelas cheias do rio. Mas penso quão românticas eram aquelas cheias perto do que vemos hoje...
Frequentemente eu ia a pé pela várzea, até a garagem dos barcos, e pegava um catraia , um tipo de barco pesado, só para passeio. Se chegasse bem cedo, pegava um yole, um tipo de barco fino, leve, apenas para uma pessoa, e subia o rio. Quando conseguia pegar o yole, ao voltar, tinha que enxugá-lo e colocar de volta na sua prateleira da garagem náutica; aí, eu partia para meu desjejum:leite, aveia e marmelada... huuuummmmmmm.
Era no Clube de Regatas Tietê, que treinava a maior tenista do mundo: a brasileira Maria Esther Bueno. Recordo-me com orgulho de vê-la jogando, com sua saia plissada... além de ótima tenista, ela era uma morena espetacular para a época!
Estes são motivos que me deixam extremamente triste pelo fim do meu clube da infância e juventude. Por que tem que ser desta maneira??? Por quê?
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
COMPARAÇÕES
Acho que não adianta muito comparar o passado com os dias de hoje. Mas não posso deixar que passe despercebida a grande diferença do ensino de 60 anos atrás com o ensino da atualidade. Talvez esteja aí a raiz de vários problemas brasileiros...
Nos anos 40, não existiam creches ou maternais, os meninos e meninas começavam a estudar no primeiro ano primário. Em 1946, fui matriculado no Liceu Sagrado Coração de Jesus, colégio tradicional e, obviamente, católico.
Meu primeiro professor chamava-se Professor Nolasco. Ele só entrava na classe de terno e gravata, elegantemente vestido, e impunha um respeito quase assustador... Lembro-me que tínhamos aulas de Latim, Francês, Inglês e, principalmente, de uma matéria que andou sumida dos currículos escolares: civilidade.
Quando vejo os professores de hoje, de jeans e tênis, com salários baixíssimos, com formação inadequada, sofrendo violências de todos os tipos nas salas de aula, me pergunto: onde foi parar a civilidade? Quem acabou com ela, a classe política, os governantes, a quem não interessa que o povo adquira cultura e tenha civilidade?
Moro em Santos, em frente à praia, sou um privilegiado... porém, quando acordo pela manhã, e vejo a situação da praia, com toneladas de lixo espalhadas sobre a areia pelos banhistas que se foram, tenho vontade de chorar, e clamar por aulas de civilidade.
Ao povo, o que falta é educação, no seu mais profundo sentido... que pena!!!
Nos anos 40, não existiam creches ou maternais, os meninos e meninas começavam a estudar no primeiro ano primário. Em 1946, fui matriculado no Liceu Sagrado Coração de Jesus, colégio tradicional e, obviamente, católico.
Meu primeiro professor chamava-se Professor Nolasco. Ele só entrava na classe de terno e gravata, elegantemente vestido, e impunha um respeito quase assustador... Lembro-me que tínhamos aulas de Latim, Francês, Inglês e, principalmente, de uma matéria que andou sumida dos currículos escolares: civilidade.
Quando vejo os professores de hoje, de jeans e tênis, com salários baixíssimos, com formação inadequada, sofrendo violências de todos os tipos nas salas de aula, me pergunto: onde foi parar a civilidade? Quem acabou com ela, a classe política, os governantes, a quem não interessa que o povo adquira cultura e tenha civilidade?
Moro em Santos, em frente à praia, sou um privilegiado... porém, quando acordo pela manhã, e vejo a situação da praia, com toneladas de lixo espalhadas sobre a areia pelos banhistas que se foram, tenho vontade de chorar, e clamar por aulas de civilidade.
Ao povo, o que falta é educação, no seu mais profundo sentido... que pena!!!
sábado, 20 de fevereiro de 2010
A TECNOLOGIA
Engraçados os novos tempos, para quem tem quase 70 anos e cuidou do pai dos 92 aos 95 anos, e presenciou o pai se viciar em computador (jogava paciência, num CD com 100 diferentes tipos de jogos).
Ele ficava três, quatro horas na frente da telinha e, quando saía, reclamava que os olhos estavam ardendo e se sentia meio “tonto”. Aí me pedia para levá-lo ao oculista, para descobrir o que estava acontecendo, mas com um detalhe: ele já havia operado as duas vistas(catarata), e lia o jornal inteiro pela manhã, sem óculos!!!
Quando finalmente eu o levei ao oftalmologista, levou uma baita bronca: o médico o aconselhou a parar, por pelo menos 15 minutos, a cada hora que ficasse em frente ao computador. Saímos de lá e ele me disse que o médico não entendia de nada...
Hoje recordo o tempo em que os escritórios faziam barulhos intermitentes de máquinas de escrever, Olivetti, Remington, etc... Muitos jovens nem imaginam o que era isso!!!! Quando foram lançadas as máquinas elétricas, então, foi o maior sucesso!
Entretanto, na atualidade, você entra em qualquer empresa, ou bancos, e vê todo mundo olhando para uma telinha. Você se senta, e fica aguardando, sem ouvir nenhum barulho!!! Se o sistema cair, a pessoa se levanta, vai tomar um café ou bater papo, e sequer pergunta o que você está fazendo ali...
Esta é a maravilha da tecnologia... O “admirável mundo novo”. “Como será o amanhã? Responda quem puder...”
Ele ficava três, quatro horas na frente da telinha e, quando saía, reclamava que os olhos estavam ardendo e se sentia meio “tonto”. Aí me pedia para levá-lo ao oculista, para descobrir o que estava acontecendo, mas com um detalhe: ele já havia operado as duas vistas(catarata), e lia o jornal inteiro pela manhã, sem óculos!!!
Quando finalmente eu o levei ao oftalmologista, levou uma baita bronca: o médico o aconselhou a parar, por pelo menos 15 minutos, a cada hora que ficasse em frente ao computador. Saímos de lá e ele me disse que o médico não entendia de nada...
Hoje recordo o tempo em que os escritórios faziam barulhos intermitentes de máquinas de escrever, Olivetti, Remington, etc... Muitos jovens nem imaginam o que era isso!!!! Quando foram lançadas as máquinas elétricas, então, foi o maior sucesso!
Entretanto, na atualidade, você entra em qualquer empresa, ou bancos, e vê todo mundo olhando para uma telinha. Você se senta, e fica aguardando, sem ouvir nenhum barulho!!! Se o sistema cair, a pessoa se levanta, vai tomar um café ou bater papo, e sequer pergunta o que você está fazendo ali...
Esta é a maravilha da tecnologia... O “admirável mundo novo”. “Como será o amanhã? Responda quem puder...”
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
A MACARRONADA
Até hoje sou um apaixonado por macarronadas, com molhos vermelhos, mas principalmente à bolonhesa. Tive o privilégio de ter uma mãe que fazia o macarrão na mão, e com um molho que hummmmmmmmm, hoje não tem sabor igual, já que mamãe não está mais entre nós, infelizmente!
Lembro-me com saudade e alegria de um episódio de minha infância, em que eu só queria comer macarronada. Minha mãe me perguntava:o que quer comer hoje? Macarronada, à bolonhesa. E amanhã? Macarronada, à bolonhesa. E no domingo? Macarronada, à bolonhesa.... ufa!!!
Minha mãe jurou que ia fazer todos os dias a dita-cuja, até que eu me enjoasse e pedisse para parar de fazer. Eu chegava da escola todo dia e falava pra minha mãe: o macarrão está pronto? Ela, então, colocava no prato e me servia, até eu me “entupir” da massa e sair da mesa, feliz!
Eu não sabia que estava causando um “stress” na mamãe, depois descobri que ela não aguentava mais fazer macarrão!!!
Um belo dia, eu cheguei da escola, fiz a célebre pergunta:o macarrão está pronto?a Mamãe disse que sim, e quando me sentei para almoçar, ela pegou o prato com macarrão e deu com ele na minha cabeça!!! Só que ela nunca podia imaginar que o prato se partiria em dois, e eu com aquela cara de assustado, e o macarrão, o molho, e o queijo parmesão escorrendo pelo meu rosto, pelos ombros, enchendo o bolso da camisa...
Levantei-me assustado e fui para o banheiro tomar banho, mas pelo caminho ainda fui saboreando os bocados que estavam na roupa... por sinal, aquela macarronada estava deliciosa! Depois do banho voltei para a cozinha e encontrei a mamãe chorando de remorsos, me pedindo desculpas e me estendendo outro prato pronto, feito com muito carinho.
Descobri que macarrão à bolonhesa com remorso, é mais gostoso!!! Beijos mamãe!!!!
Lembro-me com saudade e alegria de um episódio de minha infância, em que eu só queria comer macarronada. Minha mãe me perguntava:o que quer comer hoje? Macarronada, à bolonhesa. E amanhã? Macarronada, à bolonhesa. E no domingo? Macarronada, à bolonhesa.... ufa!!!
Minha mãe jurou que ia fazer todos os dias a dita-cuja, até que eu me enjoasse e pedisse para parar de fazer. Eu chegava da escola todo dia e falava pra minha mãe: o macarrão está pronto? Ela, então, colocava no prato e me servia, até eu me “entupir” da massa e sair da mesa, feliz!
Eu não sabia que estava causando um “stress” na mamãe, depois descobri que ela não aguentava mais fazer macarrão!!!
Um belo dia, eu cheguei da escola, fiz a célebre pergunta:o macarrão está pronto?a Mamãe disse que sim, e quando me sentei para almoçar, ela pegou o prato com macarrão e deu com ele na minha cabeça!!! Só que ela nunca podia imaginar que o prato se partiria em dois, e eu com aquela cara de assustado, e o macarrão, o molho, e o queijo parmesão escorrendo pelo meu rosto, pelos ombros, enchendo o bolso da camisa...
Levantei-me assustado e fui para o banheiro tomar banho, mas pelo caminho ainda fui saboreando os bocados que estavam na roupa... por sinal, aquela macarronada estava deliciosa! Depois do banho voltei para a cozinha e encontrei a mamãe chorando de remorsos, me pedindo desculpas e me estendendo outro prato pronto, feito com muito carinho.
Descobri que macarrão à bolonhesa com remorso, é mais gostoso!!! Beijos mamãe!!!!
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
AMIGOS
São poucos os que nos acompanham até o final da nossa existência... Embora tenha tido muitos, que pensava serem leais e sinceros, restaram-me apenas três.
Vai aqui uma homenagem a eles. Nos falamos e nos vemos muito pouco, infelizmente, mas eu os considero amigos de infância.
Faço questão de nominá-los, pois esta é uma forma de homenagem por toda esta vida que se passou. Geraldo Cunha, uma figura com quem mais converso. José Silveira Clemente, vulgo "Bodão", que, após 50 anos veio comer uma macarronada comigo, além de ser meu compadre desde a juventude. E, Ídolo Marchetti de Carvalho, que também, após 50 anos veio me visitar e ver meu pai em seus dias finais... Parece patético, mas o conforto que essas visitas me proporcionaram e o carinho, foram muito importantes para mim. Além das boas recordações, como diz minha mulher, descrever estes momentos faz bem para a alma!!! Quando chegamos ao nosso "limiar", ver e conversar com velhos amigos preenche muitos vazios. Estas linhas são para agradecer vocês, meus amigos, e saudoso deixo aqui a admiração e o respeito que todo este tempo de amizade nos honrou. Muito obrigado! Saudade do Saudoso!
Vai aqui uma homenagem a eles. Nos falamos e nos vemos muito pouco, infelizmente, mas eu os considero amigos de infância.
Faço questão de nominá-los, pois esta é uma forma de homenagem por toda esta vida que se passou. Geraldo Cunha, uma figura com quem mais converso. José Silveira Clemente, vulgo "Bodão", que, após 50 anos veio comer uma macarronada comigo, além de ser meu compadre desde a juventude. E, Ídolo Marchetti de Carvalho, que também, após 50 anos veio me visitar e ver meu pai em seus dias finais... Parece patético, mas o conforto que essas visitas me proporcionaram e o carinho, foram muito importantes para mim. Além das boas recordações, como diz minha mulher, descrever estes momentos faz bem para a alma!!! Quando chegamos ao nosso "limiar", ver e conversar com velhos amigos preenche muitos vazios. Estas linhas são para agradecer vocês, meus amigos, e saudoso deixo aqui a admiração e o respeito que todo este tempo de amizade nos honrou. Muito obrigado! Saudade do Saudoso!
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
NOSTALGIA
Era o ano de 1960, a esquina da Avenida Ipiranga com a Avenida São João era o centro da atenção dos paulistanos. Caetano ainda não havia cantado seu famoso sucesso SAMPA, mas lá já existiam os “Taxi Dancers” Maravilhoso e o Avenida. Também lá existiam o Bar Brahma (que existe até hoje), o Cine Metro, o Cine Marabá e o Cine Ipiranga, cinemas-referência em São Paulo.
Estes lugares, ponto de encontro da juventude da época, e de muitos homens elegantes, todos trajando terno e gravata. Não me lembro de ter visto assaltos ou furtos naqueles pedaços. Logo ali ficava a Praça da República, local onde comemoramos muito a primeira copa do mundo conquistada pelo Brasil, nos idos de 1958, pelo time de Pelé e companhia. Lá ficamos jogando futebol pelas ruas, esperando nossos craques, para comemorar ainda mais...
Era muita paz e harmonia, afinal São Paulo não tinha sequer dois milhões de habitantes. A sede do Governo estadual era o Palácio Campos Elíseos. Nós podíamos caminhar por todas aquelas ruas, a qualquer hora, tranquilamente, pois não havia nada a temer.
Muito bons aqueles tempos... embora eu adore minha cidade, São Paulo, hoje, morando em Santos, confesso que tenho medo de ir até lá, principalmente pelos níveis de violência. Se depender de minha vontade, nunca mais morarei em São Paulo, mas aproveito a nostalgia para relembrar muitas coisas!
Estes lugares, ponto de encontro da juventude da época, e de muitos homens elegantes, todos trajando terno e gravata. Não me lembro de ter visto assaltos ou furtos naqueles pedaços. Logo ali ficava a Praça da República, local onde comemoramos muito a primeira copa do mundo conquistada pelo Brasil, nos idos de 1958, pelo time de Pelé e companhia. Lá ficamos jogando futebol pelas ruas, esperando nossos craques, para comemorar ainda mais...
Era muita paz e harmonia, afinal São Paulo não tinha sequer dois milhões de habitantes. A sede do Governo estadual era o Palácio Campos Elíseos. Nós podíamos caminhar por todas aquelas ruas, a qualquer hora, tranquilamente, pois não havia nada a temer.
Muito bons aqueles tempos... embora eu adore minha cidade, São Paulo, hoje, morando em Santos, confesso que tenho medo de ir até lá, principalmente pelos níveis de violência. Se depender de minha vontade, nunca mais morarei em São Paulo, mas aproveito a nostalgia para relembrar muitas coisas!
O "lagartixa"
Para quem não sabe, ou não é desta época, tenho que esclarecer duas coisas: nos idos de 1950 a 1960, existiam estabelecimentos em São Paulo, onde as pessoas iam para dançar, que se chamavam “Taxi Girls”. Lá, as balairinas sentavam ao redor da pista, e aguardavam os cavalheiros, que as tiravam para dançar. O cavalheiro recebia um cartão com números de 1 a 60 (minutos) na sua chegada. Após dançar com uma bailarina, esta anotava o tempo no cartão e informava o fiscal, que picotava o cartão, que seria pago pelo cliente na saída.
Às vezes, o salão ficava vazio, e os clientes, envergonhados, não saíam para dançar. Era aí que os rapazes, bem apessoados, e escolhidos pela gerência, entravam na pista para “fazer número” no salão e atrair os clientes. Como esses rapazes ficavam encostados o tempo todo na parede, foram apelidados de “lagartixas”. Eu fui um “lagartixa”, e embora pareça cômico para quem não viveu aqueles tempos, isso me transformou em um exímio dançarino, além de tornar-me um namorador sem igual... Sinto saudade , e quero que meus netos sempre se lembrem do seu avô com humor, e por ter sido um grande dançarino, apesar de ficar preso à parede durante tanto tempo.....
Às vezes, o salão ficava vazio, e os clientes, envergonhados, não saíam para dançar. Era aí que os rapazes, bem apessoados, e escolhidos pela gerência, entravam na pista para “fazer número” no salão e atrair os clientes. Como esses rapazes ficavam encostados o tempo todo na parede, foram apelidados de “lagartixas”. Eu fui um “lagartixa”, e embora pareça cômico para quem não viveu aqueles tempos, isso me transformou em um exímio dançarino, além de tornar-me um namorador sem igual... Sinto saudade , e quero que meus netos sempre se lembrem do seu avô com humor, e por ter sido um grande dançarino, apesar de ficar preso à parede durante tanto tempo.....
A vida (fácil?) como ela é...
Nos idos de 1950, existia (ainda existem) dois colégios na região do Bom Retiro, bairro de São Paulo. O primeiro, de meninos, chamado Liceu Coração de Jesus, ficava na Alameda Dino Bueno. O segundo, de meninas, chamado Colégio de Santa Inês, ficava na Rua Três Rios, em frente à antiga Faculdade de Odontologia. A distância entre ambos não passava de seis quarteirões.
Porém, o mais curioso é que entre os dois colégios rigorosamente religiosos, havia duas ruas pequenas e sem saída. A primeira, para baixo do Liceu, chamava-se Rua Itaboca e, paralelamente a ela, mais abaixo, ficava a Rua Aymorés. O paradoxo é que as duas ruas, entre os dois colégios mais religiosos de São Paulo à época, eram ruas de prostituição(também conhecida como “vida fácil”), descaradamente explorada por todo o tipo de gente que atua nesta, que é a mais antiga das profissões.... Sem ter noção do que ocorria nestas ruas, as meninas sempre subiam a Rua Silva Pinto do lado esquerdo e os meninos a desciam pelo lado direito para dirigirem-se aos respectivos colégios.
Em um dia que não me recordo qual era, quando eu estava descendo para pegar o bonde, após as aulas, vi que havia um bloqueio nas duas ruas de prostituição, feito pela antiga Força Pública. A Cavalaria estava lá por ordem do governo estadual – na época o governador era o sr. Lucas Nogueira Garcês. Ele ordenou que acabassem com todos os prostíbulos, e eu fiquei parado, olhando a violência e ouvindo gritos de homens e mulheres em protesto contra tal medida. O fato é que, fechando os prostíbulos não significava acabar com a “vida fácil”, que por sinal não é nada fácil, simplesmente mudaram de endereço e a profissão mais antiga do mundo prevalece até hoje...
Embora eu sinta saudades daquela época de colégio, temo que outros governos venham a agir desta maneira para acabar com os desejos dos povos... Há que se cuidar!
Porém, o mais curioso é que entre os dois colégios rigorosamente religiosos, havia duas ruas pequenas e sem saída. A primeira, para baixo do Liceu, chamava-se Rua Itaboca e, paralelamente a ela, mais abaixo, ficava a Rua Aymorés. O paradoxo é que as duas ruas, entre os dois colégios mais religiosos de São Paulo à época, eram ruas de prostituição(também conhecida como “vida fácil”), descaradamente explorada por todo o tipo de gente que atua nesta, que é a mais antiga das profissões.... Sem ter noção do que ocorria nestas ruas, as meninas sempre subiam a Rua Silva Pinto do lado esquerdo e os meninos a desciam pelo lado direito para dirigirem-se aos respectivos colégios.
Em um dia que não me recordo qual era, quando eu estava descendo para pegar o bonde, após as aulas, vi que havia um bloqueio nas duas ruas de prostituição, feito pela antiga Força Pública. A Cavalaria estava lá por ordem do governo estadual – na época o governador era o sr. Lucas Nogueira Garcês. Ele ordenou que acabassem com todos os prostíbulos, e eu fiquei parado, olhando a violência e ouvindo gritos de homens e mulheres em protesto contra tal medida. O fato é que, fechando os prostíbulos não significava acabar com a “vida fácil”, que por sinal não é nada fácil, simplesmente mudaram de endereço e a profissão mais antiga do mundo prevalece até hoje...
Embora eu sinta saudades daquela época de colégio, temo que outros governos venham a agir desta maneira para acabar com os desejos dos povos... Há que se cuidar!
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